Disputa no sindicato dos vigilantes vai parar no Ministério Público do Trabalho
Uma decisão recente do MPT manda a gestão apontar todos os pagamentos em planilha

Esta bastante animada a eleição para o Sindicato dos Vigilantes e Empregados de Empresas de Transportes de Valores e Escolta Armada do Estado de Pernambuco (Sindforte-PE ), no Recife.
A oposição, encabeçada pelo diretor do Sindforte-PE Lupércio Liberato foi ao Ministério Público do Trabalho denunciar o atual presidente e o diretor financeiro por supostos roubo e falsidade ideológica.
"A falta de transparência motivou a desconfiança depois que vários trabalhadores começaram a investigar e buscar provas comprovando as irregularidades feitas pelo atual presidente do Sindforte-PE Cláudio Mendonça, e o diretor financeiro Alberto no pagamento de R$ 519,29 (quinhentos e dezenove reais e vinte e nove centavos), relacionados à ação judicial Nº 0000200-08.2019.5.06.0015, registrada no Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a Empresa Brinks Transportadora de Valores, referente aos tickets de alimentação retroativos no ano de 2018".
A Empresa Brinks repassou ao Sindforte o valor de R$ 89.837,17 para o pagamento dos trabalhadores associados e não associados, que resulta a quantia de R$ 519,29 para cada um dos 173 trabalhadores da empresa Brinks.
“É inaceitável que o atual presidente, prestes a findar o mandato, não tenha feito nenhuma prestação de contas. Nós pedimos a prestação de contas para antes das eleições, pois a categoria precisa saber como está sendo administrado o dinheiro do sindicato ”, afirma Lupércio Liberato.
"Cada trabalhador deveria receber o valor de R$ 519,29, inclusive os nomes de vários trabalhadores constam assinados, mas, a verdade é que não foi pago nada e há assinaturas em duplicidade, mostrando as várias irregularidades da gestão. Os pagamentos começaram a ser feitos de forma fraudulenta em 2020".
De acordo com os oposicionistas, a denúncia feita no MPT surtiu efeito e a gestão, após dois anos, convocou os trabalhadores para o pagamento dos valores a serem recebidos. Mas eles reclamam que têm muitas pessoas que não receberam e estão constando com o nome assinado e precisam receber seus valores.
"Há casos de trabalhadores que não receberam nenhum valor devido, outros que constam o nome assinado na ata de recebimento de valores".
Supostas irregularidades em pagamento vão bater no MPT
Em audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT 6a Região), diante do exposto pela oposição, o procurador José Laízio Pinto Júnior determinou um prazo de até 20 dias, a partir do dia 30 de outubro de 2023, para que o sindicato comprove todos os pagamentos já feitos após a identificação do equívoco e a listagem daqueles já identificados como beneficiários do pagamento, mas que ainda se encontram pendentes, podendo ser feito através de uma listagem única com identificação de “pago” e “a pagar” nas colunas da planilha.
Lupércio Liberato diz ter o apoio dos diretores Ribeiro Neto, Luiz Carlos Cunha, Renan Rodrigues, Henrique Melo, Clóvis Silva, Adilson Godzilla, Jonas Barros, Roni e Sérgio Doia, que são discordantes da administração do atual presidente Cláudio Mendonça.
Outro lado
Cláudio Mendonça, atual presidente do SINDFORT-PE, desmente acusações da Chapa 2
"As denúncias feitas pelos integrantes da Chapa 2, acusando o atual presidente do SINDFORT-PE, Cláudio Mendonça, também candidato pela Chapa 1 nas eleições para a nova gestão da entidade, são totalmente infundadas e não passam de estratégias da oposição para confundir a cabeça dos trabalhadores, garante o dirigente sindical".
"Além dele, o diretor financeiro da entidade também teve o nome citado na matéria veiculada neste blog nesta segunda-feira, 20. O sindicalista esclarece a realidade dos fatos".
“A ação da Brink’s realmente existe e foi pleiteada pelo sindicato em 2018, com êxito para os trabalhadores. Se tratava de uma diferença no retroativo que constava na Convenção Coletiva de Trabalho, não paga à categoria. O pagamento começou a ser efetuado em 2020, mas por um erro de cálculo, o financeiro do sindicato acabou pagando a menor. Só mais tarde, esse detalhe foi percebido e a entidade começou a pagar a diferença que deverá contemplar todos os vigilantes até dezembro deste ano”.
"O mais intrigante nesta história, como frisa o presidente do sindicato, é que os denunciantes eram, e ainda são, diretores do SINDFORT-PE, portanto, essa situação era do conhecimento de todos, inclusive de Lupércio Liberato. “Por que resolveram agora tratar isso como um ato ilegal, se todos sabiam que houve um erro não intencional e que está sendo corrigido? A resposta é simples: tudo é jogada política para difamar a atual gestão e assim conquistar o voto dos associados. Mas quem nos conhece, sabe o trabalho que temos feito dentro do sindicato e da luta incansável para conquistar direitos para a categoria”.
"Outro detalhe narrado por Lupércio e seu grupo é em relação aos nomes citados como diretores que teriam participado das irregularidades. Alguns nunca foram diretores e sim conselheiros fiscais e delegados de base, que não tinham como resolver questões como esta, além de não estarem mais fazendo parte da atual gestão. “O próprio Clóvis, citado por ele na matéria e que compõe a Chapa 2, era do Conselho Fiscal na época e aprovou as contas do sindicato. “Então ele também faria parte do esquema, se realmente isso tivesse acontecido né?”, questiona Cláudio, reforçando que a oposição tem apelado para qualquer jogo com a finalidade de ganhar o pleito, com uso de fake news e muita baixaria".
“Não vamos entrar no jogo deles e copiar esse estilo sujo de fazer campanha. O voto é livre e o trabalhador sabe quem tem melhor capacidade para representá-lo. Se na campanha este grupo já faz isso, imagina comandando um sindicato?”, comenta. A oposição também falou da falta de transparência da atual gestão com suas contas, mas todas estão registradas em cartório e podem ser acessadas pelos associados".