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França vai proteger aborto na Constituição, em ato inédito no mundo

No Brasil, o aborto é ilegal, exceto em casos de estupro, quando há risco à vida da mãe, ou quando há anencefalia do feto.

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Jamildo Melo

Publicado em 04/03/2024 às 16:55 | Atualizado em 04/03/2024 às 17:01
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A França fez história ao incluir na Constituição a liberdade da mulher de abortar, tornando-se o primeiro país do mundo a fazê-lo. A mudança foi aprovada em uma sessão conjunta das duas Casas legislativas, a Assembleia Nacional e o Senado, e deve ser promulgada pelo presidente Emmanuel Macron na próxima sexta-feira, Dia Internacional da Mulher.

O placar da votação também foi histórico, com 780 votos a favor e apenas 72 contra. Minutos após o anúncio, Macron celebrou a decisão nas redes sociais, descrevendo-a como mais um “orgulho francês” e convidando a população a comparecer a um ato no dia 8 de março.

A inclusão da interrupção da gravidez na Constituição era uma prioridade legislativa do governo Macron. Essa medida foi uma resposta à decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que revogou o direito ao aborto em nível federal no país em junho de 2022.

Embora o aborto já fosse descriminalizado na França desde 1975, quando foi aprovada a lei Simone Veil, que permite que as mulheres se submetam ao procedimento até a 14ª semana de gestação, a prática não tinha proteção constitucional. Isso a colocava sob risco de ser derrubada pela Justiça, como temiam apoiadores do projeto.

No Brasil, o aborto é ilegal, exceto em casos de estupro, quando há risco à vida da mãe, ou quando há anencefalia do feto.

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