Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Informação e análise econômica, negócios e mercados

Serra do Machado, onde JCPM desenvolveu seu conceito de compromisso social

Publicado em 01/02/2020 às 0:00 | Atualizado em 01/02/2020 às 13:28
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01 João Carlos Paes Mendonça no lar de idosos na Serra do Machado Líder de uma das cinco maiores empresas do setor de shoppings do Brasil, o empresário João Carlos Paes Mendonça costuma advertir - quando instado a falar sobre a atenção que um empreendedor tem com o entorno de suas empresas e as referências que deve carregar em relação às suas origens e que responsabilidade social a empresa deve ter - que toda empresa é socialmente responsável. Pagar seus empregados, recolher os impostos e abrir oportunidades de crescimento levando em conta sempre a capacidade de cada um. “Compromisso Social é outra coisa” diz. “Vai além. Quer dizer cuidar das pessoas que estão ligadas, de alguma forma, à companhia e que precisam de atenção e acesso às oportunidades”. Paes Mendonça fala com conhecimento do tema. Ele lidera iniciativas de transferência de renda e criação de oportunidades há mais de 30 anos, a primeira delas, no lugar onde nasceu e de onde saiu para formar o grupo empresarial que tem seu nome. Anualmente, ele reserva duas datas importantes para a pequena Serra do Machado, em Sergipe, para como costuma dizer: “Recarregar as baterias” de seu compromisso social. Ali, na pequena comunidade, um distrito de Ribeirópolis, no Agreste do Estado, ele faz questão de estar na festa do padroeiro São Sebastião, em 20 de janeiro e no 7 de setembro, dia da Independência. Ele sempre leva amigos, autoridades e jornalistas para mostrar o que construiu. Em Serra do Machado, junto da casa onde nasceu e viveu até os sete anos, ele construiu um complexo de serviços que cuida do começo da vida de pessoas: Uma escola de ensino básico referência na área de educação na região. E de quem está no fim da vida: Um lar de idosos onde a proporção de funcionários é quase de um para cada assistido. Paes Mendonça conhece a maioria dos integrantes desses dois universos. E cuida da oferta de serviços com o mesmo rigor de suas empresas. Vai no detalhe e na cobrança de resultados sociais. ] Na escola, que homenageia sua esposa, Auxiliadora, sergipana da cidade vizinha de Itabaiana, ele cobra desempenho da equipe no pacote de serviços que vai da oferta de educação de qualidade, em tempo integral, à alimentação e apoio pedagógico e esportivo. É para assistir ao desfile de 7 de setembro desses meninos e meninas que ele sai do Recife para se encontrar com o que chama de o futuro da sua comunidade. O que diferencia Paes Mendonça dos seus colegas empresários que decidem devolver uma parte do que conquistaram sob a forma de ajuda social é a decisão de ir além do que ele classifica responsabilidade social. Ou o tempo que dedica com a equipe que criou - e que banca financeiramente - para o projeto de Serra do Machado e do Instituto JCPM que decidiu criar no Recife e expandiu para outras cidades para cuidar de jovens que habitam o entorno dos seus empreendimentos. A proposta inicial era treinar jovens do entorno para que pudessem dar uma disputar vagas no varejo. Mas o projeto evoluiu para um empreendimento mais robusto que hoje vai além do treinamento para capacitar jovens trabalhadores nos shoppings do grupo. O IJCPM agora se propõe a prepará-los para novas oportunidades e mira no acesso a universidades públicas, onde a maioria do aprovados até agora é o primeiro caso de suas famílias. Paes Mendonça costuma cobrar resultados sociais de cada real que aplica nos seus projetos. Mas é receptivo a novas despesas quando os executivos liderados pela sua diretora de compromisso social, Lúcia Pontes, os defende de forma segura. O lar atende a 31 idosos com uma equipe multidisciplinar formada por 27 pessoas Na Serra do Machado, o conceito é o mesmo embora ali, o envolvimento seja muito mais sentimental. O empresário costuma dizer que foi lá que aprendeu a pensar, como empreendedor, e ter respeito ao cliente. De Ribeirópolis, até liderar a terceira empresa do setor de supermercados do Brasil, o Bompreço com mais de 23 mil funcionários, o cuidado com o cliente final é a prioridade de JCPM. No último fim de semana, ao mostrar a casa que foi a sede da primeira empresa de sua família, a mais um grupo de convidados, Paes Mendonça mostrou uma jarra de 200 litros onde seu pai, Pedro Paes Mendonça, servia água fria aos fregueses que chegavam a mercearia de secos e molhados sofrendo com o sol forte do Agreste de Sergipe. "Essa jarra foi o primeiro clube de fidelidade do Nordeste" diz. A revelação talvez explique por que, anos depois, o filho mais velho do pequeno comerciante do interior nordestino tenha criado uma versão moderna do clube de fidelidade de Pedro Paes Mendonça na mercearia da Serra do Machado. O Bom Clube, primeiro clube de fidelidade do país ancorado numa rede de supermercados foi precursor no Brasil do que hoje se transformou o negócio decorrente de programas de milhagem. E dê sentido ao que JCPM chama de “voltar às origens para recarregar as baterias”. O reservatório de água potável que Pedro Paes Mendonça servia aos clientes na mercearia da Serra do Machado.

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