Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
[email protected]

Informação e análise econômica, negócios e mercados

Coluna JC Negócios

PIB de Pernambuco vai aos R$ 205 bilhões e governo do Estado comemora uma marca quase o dobro da nacional

Pernambuco conseguiu crescer ano passado 1,9% puxado pelo setor industrial que cresceu 3,4% puxado pelas performances da FCA e da Refinaria Abreu e Lima.

Fernando Castilho
Cadastrado por
Fernando Castilho
Publicado em 12/03/2020 às 16:51 | Atualizado em 12/03/2020 às 17:10
GUGA MATOS/ACERVO JC IMAGEM
A Jeep apresenta o seu terceiro carro o Jeep Compass. - FOTO: GUGA MATOS/ACERVO JC IMAGEM

Por Fernando Castilho do JC Negócios

Ficou pronto o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado referente ao ano passado e que cresceu 1,9% e chegou a R$ 205,0 bilhões em valores correntes. O calculo feito pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem).

É a primeira vez que o PIB do estado passa dos R$ 200 bilhões. Mas ele embute alguns detalhes que merecem um comentário, especialmente, relativo à performance de setores de dois segmento da economia do Estado.

As lavoras permanentes (especialmente a cana de açúcar a fruticultura irrigada) e a a indústria de veículos automotores, reboques e carrocerias que atende pelo nome de FCA, em Goiana.

O caso da cana-de-açúcar que no agregado de lavouras temporárias: subiu 10,4% tem a ver com uma pequena melhora na atividade que teve uma safra que cresceu 7,8%. As safras recentes 19/20 será de 12,4 milhões de toneladas. Bem maior que nas safras 15/16 a 18/19, mas inferior a 14/15 a melhor dos últimos anos.

Já no caso das lavouras permanentes - que cresceram 22,0% - o destaque é o crescimento da produção de manga, uva, goiaba e maracujá irrigados no Vale do São Francisco. No caso da manga e da uva houve uma recuperação de produção e de valor agregado que fez o ano fechar com uma boa rentabilidade. Maracujá e goiaba estão se consolidando no mercado com produções regulares.

Já no caso da pecuária o crescimento no ano de 5,5% se deva a performance do segmento de avicultura de postura (ovos) onde Pernambuco é o quarto maior produtor nacional.

Um segmento que aparece pela primeira vez é o de suinocultura que de artesanal e quase de subsistência começa a ter os primeiros produtores voltados para o abrigo de animais para fins industriais na esteira da produção já consolidada de ovos que tem os mesmos insumos.

No setor industrial, a melhoria da performance atende pelo nome de FCA que cresce trimestre após trimestre. O segmento, oficialmente, chamado de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu 21,1% sobre uma performance em 2018 que também foi positiva. O complexo automobilístico é responsável pelo maior volume de valor agregado no setor industrial do Estado que também comemora o crescimento do segmento de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis com crescimento 12,7%.

No chão de fábrica, isso quer dizer a produção da Refinaria Abreu e Lima e PetroquímicaSuape. Além do etanol das usinas. A refinaria agregou uma tendência positiva ao PIB de Pernambuco desde que entrou em operação.

O governo de Estado tem o que comemorar porque, por muito pouco, não pode dizer que cresceu o dobro do PIB nacional. Isso teria sido facilmente possível se setores tradicionais produtos têxteis (-17,8%), metalurgia (-8,2%), celulose, papel e produtos de papel (-6,7%) além da produtos alimentícios (-3,5%) não puxassem para baixo o setor industrial.

Outro segmento que poderia fazer Pernambuco ter o dobro do PIB nacional (1,1%) poderia ser o setor de serviços responsável por 75,3% do PIB, mas que cresceu apenas 1,0% onde o Comércio Varejista Ampliado cresceu apenas 2,3% mostrando as dificuldades de recuperação da renda do trabalhador.

De qualquer forma, houve crescimento forte nos artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,7%) explicável pelo grande número de farmácias da redes nacionais e dos eletrodomésticos (9,3%).

LEIA MAIS TEXTOS DA COLUNA JC NEGÓCIOS

Comentários

Últimas notícias