Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Analista da Finacap diz que preços das ações são oportunidade para investimento mais rentáveis no Brasil

Para Alexandre Brito os preços das ações estão nos mesmos níveis de de 2017 o que configura uma grande oportunidade de apostar em renda variável. Mas adverte que investimento em bolsa é sempre uma aposta de longo prazo.

Fernando Castilho
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Publicado em 13/03/2020 às 15:51 | Atualizado em 13/03/2020 às 15:54
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Alexandre Brito Analista de Mercado Da Finacap Arquivo Finacap - FOTO: DIVULGAÇÃO/ARQIVO FINACAP

Por Fernando Castilho do JC Negócios

O analista financeiro da Finacap, Alexandre Brito, acredita que a queda nas bolsas nos últimos pregões, embora nesta sexta-feira, ela esteja se recuperando é uma boa oportunidade para quem tem dinheiro para investir entrar no mercado de renda variável.

Ele diz que os preços de ações como Petrobras, Vale, Gerdau e Banco Itaú estão no valos do final de 2017 e esclarece que o investidor de renda variável deve entender que esse movimentos acontecem ao longo de anos e lembra que as ações vem dando lucros por onze anos seguidos.

Brito acredita que o Brasil deve se recuperar e as ações vão ter valorização no segundo semestre. Ele diz que a queda não é um choque na demanda e que as pessoas vão voltar a consumir. Para ele esse momento é uma oportunidade, mas que o investidor deve respeitar os fundamentos do mercado.

A entrevista:

Com a queda na bolsa os investidores estão em pânico, principalmente os novatos. O que fazer ?

Alexandre Brito- Isso é natural. O investidor novato, que estava encantado com o crescimento com esse momento e está assustado. A primeira coisa é entender que esses fenômenos são inevitáveis. O investidor de ações sempre vai passar por momentos desse tipo.

Na Fenacap - que existe desde 1990 - temos pessoas que investem de 1997 e nós alertamos que sempre vai ter crise. Sempre teremos momentos de adversidades. Temos quedas e grandes momento de pavor, mas também vai ter momentos de euforia.

Mas a bolsa não vinha tão bem?

Alexandre Brito - O senhor mercado sempre varia entre a ganância e o medo, o pavor. Talvez a gente tenha vivido um momento de ganância. E, principalmente, nas bolsas nacionais que viveram em praticamente em onze anos ininterruptos uma tendência de alta. Agora, a gente vive um momento de grande estresse que, a nosso ver, está sendo puxado por questões psicológicas e não por quebra dos fundamentos econômicos do mercado.

E o que fazer?

Alexandre Brito - A Fenacap escreveu uma carta aos, nossos investidores. Os que investem nos nossos fundos e que a gente administra a carteira deles dizendo que, inevitavelmente, vai ter um impacto econômico por conta do Coronavírus. Isso é fato. o mundo inteiro vai sofrer. Agora, o que a gente enxerga é que o Brasil, quando o mundo crescia muito, o Brasil cresceu menos. Ele não estava tão correlacionado com a economia mundial. E agora - quando a economia mundial vai sofrer muito- o Brasil deve sofrer menos.

Mas não tínhamos uma queda tão grande desde 2008?

Alexandre Brito - O que está acontecendo não é 2008 - quando existiu um grande pavor. E, obviamente, era uma crise muito mais profunda. Lá, você tinha uma questão sistêmica. De crise de financeira, de grandes instituições financeiras. Agora você não tem isso. Temos um choque na oferta, de empresas que pararem a produção por uma questão de cerceamento, como a medida de conter a evidência de saúde. Mas não é um choque na demanda porque as pessoas agora não tão consumindo.

Mas no Brasil s números da queda são assustadores?

Alexandre Brito - Verdade. Isso gerou um impacto enorme. E vai, inevitavelmente, parar parte da economia global. Então a gente vê é que, no Brasil, vai ser uma questão mais de curto prazo. Deve afetar (provavelmente) o primeiro, o segundo e talvez o terceiro trimestre. Mas depois da metade do ano, a gente deve ver uma retomada econômica muito forte. Porque é uma questão de demanda reprimida e que deve voltar com força.

E até lá o que o investidor deve fazer?

Alexandre Brito - O investidor novato deve aprender enxergar como normal na vida dele como investidor de ações. Isso sempre vai acontecer e ele tem que estar preparado. Então, essa é a primeira lição. Quem achava que renda variável era só subir só subir está aprendendo que não é assim. O primeiro ensinamento de que essas coisas acontecem. Isso é a parte psicológica, que é como você se comporta frente aos movimentos do mercado

Então esse momento é também uma oportunidade?

É. Só para o investidor ter uma ideia. O Ibovespa hoje está no mesmo nível de junho de 2018. Quatro empresas que a gente acompanha de perto e são empresas referência no Brasil estão muito baratas. Petrobras, está nos preços que tinha em agosto de 2017. Vale está nos mesmos preços de dezembro de 2017. A metalúrgica Gerdau está com os preços de novembro 2017. O Banco Itaú está nos preços de junho 2018. Então praticamente você estamos voltando uns três anos no tempo.

E para quem ainda não entrou em Bolsa?

Bom eu acho que é uma excelente oportunidade para quem já está investido e tem algum recurso para investir, mas tem que ter consciência do que é investir. No longo prazo é uma excelente oportunidade de investir mais. O mercado de ações tem fundamentos. E as empresas, ao nosso ver, não se modificaram no longo prazo longo prazo. Falamos de dez, quinze, vinte anos que é o prazo que você tem que olhar para as empresas que você investe, então, como os fundamentos não mudaram, não é uma questão de curto prazo de resultados.

E quem não tem?

Quem não tem caixa, mas já está bem alocado em renda variável não é o momento de vender. Manter um investimento também não é fazer loucura de se alavancar. Não pegar financiamento, empréstimos para entrar em. Não é esse o certo. Não é o caminho.

Então, o certo seria aproveitar e entrar agora?

Nós achamos que é um excelente momento de você comprar uma empresa. Então, às vezes isso não é muito lógico para quem não é investidor tradicional. Mas se você pensa em ações não como papel, mas com uma participação em um negócio, tudo faz muito mais sentido.

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