Por Fernando Castilho do JC Negócios
Apesar de ter tomado uma série de atitudes, editados decretos e determinado um conjunto de ações mirando preparar os pernambucanos para o enfrentamento da Covid19, a ação de requisição de lote de máscaras numa loja de suprimentos do Recife indica que o próprio Estado não se preparou completamente para o enfrentamento da epidemia.
A atitude de requisitar suprimentos com base decreto nº 48.809 do governador Paulo Câmara pela secretaria da Fazenda, Procom e Polícia Militar revela que a situação dos estoques da Secretaria de Saúde está em situação crítica e isso levanta uma série de dúvidas sobre como vamos enfrentar essa crise.
Pode ser que o Governo tenha tomado a decisão para demonstra que não hesitará em tomar atitudes drásticas para proteger a população ainda isso signifique intervenções como a desta quinta-feira nas empresas. Mas pode indicar que o suprimento de matérias para a rede de saúde entrou em colapso antes mesmo dos problemas se agravarem na ponta.
Isso fica mais evidente quando o Conselho Regional de Enfermagem cobra do Estado em suas unidades a entrega de suprimentos padrão para as equipes que atendem aos hospitais públicos, inclusive, a falta de máscaras como as que foram confiscadas da empresa fornecedores de suprimentos médicos. E abre uma avenida de suspeitas sobre o verdadeiro estado dos estoques de suprimentos.
Que o governo do Estado tem e terá mais ainda dificuldades de se abastecer de medicamentos e suprimentos não há dúvidas. Por que isso é uma rotina para quem depende do recebimento desses insumos nas farmácias da secretaria de Saúde de Pernambuco.
Esse a é uma situação que nos próximos meses, naturalmente, tende a se agravar porque haverá uma corrida de suprimentos por parte das autoridades. O próprio álcool gel a 70% já e um exemplo bem claro da carência de insumos que virá uma vez que ele é importado da China sendo, inclusive, produzido na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, onde a Covid19 foi identificada no final do ano passado. A falta de suprimentos será um problema a ser enfrentado pela sociedade e especialmente pelo Governo.
Mas não deixa de ser preocupante que ainda no início da preparação para o enfrentamento da epidemia equipes armadas e fiscais na secretaria da Fazenda tenham que usando de um dispositivo legal para o confisco ainda que sob a garantia de pagamento do produto.
Tomara a ação desta quinta-feira tenha sido apenas uma demonstração do que o governo do Estado está disposto a fazer para garantir o combate a crise que se aproxima e que, de fato, tenha se preparado para o desafio. Afinal a última coisa que se deseja é que a rede pública sequer tenha máscaras para proteger os servidores que vão cuidar dos futuros pacientes grave sem nos hospitais da rede pública de Pernambuco. Tomara.
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