Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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O desafio dos laboratórios de análises clínicas brasileiros para fazer teste da covid-19 com a falta de kits

Exame da covid-19 não é simples pois o material na sua cadeia de rastreabilidade da coleta ao resultado tem potencial infectante muito alto.

Fernando Castilho
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Publicado em 28/03/2020 às 21:33 | Atualizado em 28/03/2020 às 22:13

Por Fernando Castilho do JC Negócios.

A chegada do coronavírus ao Brasil, há um mês, obrigou os laboratórios de análises clínicas brasileiros a enfrentarem um novo desafio até então nunca exigido na escala que a epidemia cobra desde a preparação de suas instalações ao acesso a suprimentos e treinamento de pessoal.

São eles quem estão processando as amostras de uma patologia que exige 100% de proteção do profissional desde a coleta no leito de hospital até a entrega dos resultados.

A análise é de Nelson Gabuto, gerente geral da Diagnósticos do Brasil, rede de centrais de processamento com seis unidades espalhadas pelo Brasil, com capacidade para realizar 15 milhões de exames/mês e trabalha exclusivamente com apoio de 5 mil clínicas e hospitais.

O exame da covid-19 não é simples pois o material na sua cadeia de rastreabilidade, da coleta ao resultado tem potencial infectante muito alto o que exige dos laboratórios procedimentos dentro chamado padrão “Ouro”.

Segundo ele o, DB se prepara para fazer 5 mil exames/dia podendo chegar a 10 mil. Mas Gabuto diz que existe um caminho a percorrer pois nenhum laboratório consegue quadruplicar sua capacidade criando novo sítio dentro do laboratório.

Isso tem a ver com área física dentro de unidades selecionadas para o exame e o treinamento de pessoas para proteger o ensaio. E, especialmente, evitar a tragédia de contaminação comunitária no laboratório e, assim, reduzir a capacidade por não ter como produzir os diagnósticos.

Atualmente, laboratórios como o DB, liderados pelo Adolfo Lutz, estão com um tempo médio de quatro a cinco dias. Mas isso depende da malha rodoviária e aérea logística. Porém, quando o exame entra no núcleo do laboratório preparado para analisar a covid-19, o tempo é de apenas 24 horas. Então a capacidade de reagir a essa tragédia mais rápida depende da capacidade cadeia de acesso ao laboratório.

Nelson Gabuto diz que as restrições da parada das atividades com o isolamento social afetaram toda a cadeia de fluxo. Dos voos e serviços tudo a ver com a malha logística aérea afetando da liberação dos testes para diminuir o tempo para a amostra chegar. Essa é a dificuldade.

Ele acredita que com a liberação de testes rápidos, aos laboratórios selecionados vão se concentrar nos casos graves tendo uma retaguarda para lhes ajudar.

Por ser um laboratório 100% de apoio, o DB não atende direto ao público e seu objetivo é captar amostras e trazer para suas quatro plantas em Curitiba, Sorocaba, Recife e São Paulo. A planta de São Paulo foi a unidade escolhida para fazer os testes PCR (técnica conhecida como RT-PCR (sigla em inglês para transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase) para a covid-19.

As unidades do Recife, Sorocaba e Curitiba vão cuidar de coletar e trazer as amostras para São Paulo. O DB está se estruturando para fazer mais de 10 mil exames/dia, mas isso não depende de habilitação de sua estrutura e treinamento de pessoal.

O executivo disse que uma série de fatores, a começar pela compra de matéria prima, chegada de materiais, de voos, suporte rodoviário, chegada de mais máquinas, afeta a necessidade de se fazer os testes completos.

E lembrou que muito se fala do desafio do profissional médico, mas não se fala dos profissionais que recebem o material do pessoal do hospital e o remetem ao laboratório. Esses profissionais não podem ser esquecidos, da enfermagem e quem trabalha na biomédica.

Ele esclareceu que no início da pandemia não havia uma diretriz sobre a utilização dos testes e houve uma demanda desenfreada pelos testes o que causou a falta de produtos no mercado e afetou a capacidade para fazer os testes.

Foi quando o Ministério da Saúde começou o racionamento direcionado a pacientes graves. Essa é a realidade de hoje. Os laboratórios estão realizando teste de forma racionada e focada nos clientes dos hospitais que estão com pacientes graves internados. Essa diretriz fez os hospitais mandarem as amostras para testar somente aqueles que estão nos hospitais. Onde o paciente grave precisa do resultado rápido.

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