Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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Plataforma diz que quase 60% dos brasileiros já respeitam isolamento social

Ontem, 2 de abril, ele se manteve em 58,9%. Pelos dados de ontem, o estado de Goiás foi que teve maior isolamento domiciliar. Pernambuco chegou a 60,9%, o maior do Nordeste.

Fernando Castilho
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Publicado em 03/04/2020 às 12:06 | Atualizado em 03/04/2020 às 12:45
DIEGO NIGRO/ACERVO JC IMAGEM
André Ferraz, CEO e fundador da In Loco Media. - FOTO: DIEGO NIGRO/ACERVO JC IMAGEM

Por Fernando Castilho do JC Negócios

O Brasil vem tendo um índice de isolamento social acima dos 50%, segundo a plataforma In Loco que, desde o dia 28 de janeiro, observa a partir de dados de geolocalização o comportamento dos brasileiros. Ontem, o índice foi de 58,8%.

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O índice (https://www.inloco.com.br/pt/) que começou com apenas 32,4% (em 2 de fevereiro) e vem subido chegando a 69,6%, no dia 22 de março, quando começou a oscilar para baixo. Ontem, 2 de abril, ele se manteve em 58,9%. Pelos dados de ontem, o estado de Goiás foi que teve maior isolamento domiciliar. Pernambuco chegou a 60,9%, o maior do Nordeste.

Para obter esses números, a In Loco oferece a parceiros e clientes um módulo de software chamado Software Development Kit (SDK), que pode ser integrado aos aplicativos que estes parceiros e clientes já desenvolvem.

Para o combate à pandemia da COVID-19 ele pode ser integrado também a aplicativos de prefeituras, governos e órgãos públicos.

Os dados são armazenados após aplicação com segredo e criptografia. Não há coleta de dados que permita vinculação direta da geolocalização à identidade de um indivíduo usuário do aplicativo.

As prefeituras do Recife e Caruaru já estão adotando a plataforma para gerenciar o nível de deslocamento de pessoas nas duas cidades.

Depois de um mês com a plataforma rodando, uma análise do comportamento das quedas no índice de isolamento revela que coincidem com pronunciamentos do presidente Jair Bolsonaro criticando o isolamento social.

Na sexta-feira, dia 10 de março (quando começou o debate das manifestações do dia 15 daquele mês e quando o presidente fez um passeio na frente do Palácio da Alvorada), o Brasil registrou apenas 21.9% de isolamento social.

No dia 16, o índice voltou a ter queda forte chegando 29,9%. O índice passou a subir exponencialmente chegando a 69,6, no dia 22 de março, com as primeiras mortes. Mas caiu após o dia 24 quando Bolsonaro defendeu num discurso pedindo o fim do isolamento.

No dia seguinte ao pronunciamento de 31 de março, o índice que chegara a 66,2%, em 29 de março, caiu para apenas 47,2% quando Bolsonaro adotou um discurso mais moderado, embora não tenha pedido o fim do isolamento social. Ontem ficou em 58,8%.

A plataforma foi desenvolvida no Recife, inicialmente para ajudar na oferta de publicidade, mas está sendo redirecionada para a covid-19, segundo informa o fundador e CEO da In Loco André Ferraz. Hoje, todo os estados já têm seus dados localização de pessoas na plataforma.

Ferraz lembrou que distanciamento social é o modelo de controle de infecção recomendado pela OMS e 2 adotado por muitos países até o presente momento. Coreia do Sul, Taiwan, Irã, Polônia, Bélgica e Itália adotaram a tecnologia de monitoramento.

Para fins da colaboração com o controle da pandemia, a In Loco se utiliza de técnicas de anonimização para compartilhar os dados com o poder público, sem identificação direta ou indireta dos titulares de dados. Embora a Lei Geral de Proteção de Dados ainda não esteja em vigor, a empresa afirma que respeita todos os seus princípios.

O monitoramento poderá será realizado de maneira agregada, por cidades e bairros, com dados anônimos, ou seja, não haverá compartilhamento de qualquer dado individualizado.

Com esse modelo, pesquisadores e órgãos de saúde acreditam ser possível controlar a velocidade de disseminação do vírus, a fim de manter o número de enfermos sempre menor do que a capacidade do sistema de saúde de cada país.

André Ferraz insiste que a In Loco não acessa os identificadores estáticos e únicos dos dispositivos (IMEI e MAC), nem contas associadas ao dispositivo (e-mail e telefone).

As tecnologias de geolocalização embarcadas em smartphones estão sendo utilizadas por países do mundo todo para assegurar a proteção das pessoas e evitar a propagação do vírus, conforme exemplificaremos abaixo. Países como Estados Unidos, Reino Unido e Brasil estão adotando medidas similares.

Segundo Ferraz, a In Loco decidiu disponibilizar sua tecnologia, desenvolvida pensando em privacidade desde a concepção, para desenvolver algumas soluções que podem ser utilizadas por prefeituras, governos, secretárias de saúde, universidades e quaisquer outros interessados que queiram se aliar no combate à pandemia.

Com a plataforma é possível análise de visitas a hospitais, postos de saúde e serviços essenciais, deslocamento de pessoas por bairro/estado, isolamento por residência (agrupado por bairro), isolamento e propagação de pessoas para fins de pesquisa além de estudos de propagação de visitas e análise de visita a estabelecimentos.

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