Por Fernando Castilho, da JC Negócios
A pesquisa que hematologistas dos hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) fazem para verificar se a utilização do plasma de pacientes recuperados de covid-19 pode atenuar sintomas da infecção nos doentes, juntamente com pesquisas semelhantes de profissionais de cinco hemocentros no Brasil, entre eles o Hemope, deve ser a base de um novo produto a ser processado, no futuro, pela Hemobrás, o concentrado de Imunoglobulina para covid-19.
Hoje, a Hemobrás já produz concentrado de Imunoglobulina para uma série de doenças como sarampo, catapora e varíola e, em breve, esse será um produto de prateleira da empresa estatal brasileira que cuida da gestão do plasma humano no país.
Segundo o diretor de Produtos Estratégicos e Inovação da Hemobrás, Antônio Edson Lucena, o que está se fazendo neste momento, diante de uma crise onde se busca saídas emergenciaiss é um trabalho inicial de pesquisa.
Mas no futuro, a Hemobrás deve usá-lo para produzir um produto que vai ser usado no tratamento da corona vírus de forma convencional.Ele esclareceu que o que a pesquisa está fazendo é usar o plasma de pacientes que tiveram covid-19, e se curaram, como um caminho emergencial.
Na sequência é que, na medida em que mais pessoas tenham os anticorpos, a coleta de sangue regular seja a matéria prima para a produção do plasma de onde sairá a Imunoglobulina para covid-19.
Segundo ele, o que os pesquisadores estão fazendo, emergencialmente, usando o plasma completo é uma tentativa para tentar salvar mais vidas. Mesmo injetando uma série de substâncias desnecessárias ao paciente e que seriam eliminadas no processamento industrial do plasma a partir de coletas regulares nos hemocentros.
Segundo Antonio Edson Lucena, o caminho normal desse tipo de produtos da Hemobrás é a coleta do sangue regular que é fracionado em plasma de onde, na Hemobrás, se retira a concentrado de Imunoglobulina para várias patologias entre elas a convid-19.
O plasma é a parte líquida do sangue e, nesse caso, é classificado como plasma convalescente, de acordo com o jargão de especialistas da área.
De acordo com o diretor do banco de sangue do Sírio-Libanês, Silvano Wendel Neto, os cientistas estão se propondo é tratar o plasma de pacientes que apresentaram um quadro leve da infecção para ajudar aqueles que ainda estão doentes a produzir anticorpos contra o vírus.
O Instituto Estadual de Hematologia (Hemorio) iniciou esta semana a série de estudos para utilização do plasma sanguíneo. Além dele, a Fundação Hemope, de Pernambuco e institutos de ouros três estados estão trabalhando nesse momento.
Segundo Antônio Edson, ainda não é possível ter um horizonte de produção dessa Imunoglobulina para covid-19 porque o número de pessoas curadas é pequeno, portanto, com todos os anticorpos. Mas no futuro eles serão os doadores do sangue cujo plasma será matéria prima para auxiliar o tratamento da nova corna vírus.
A Hemobrás é responsável pela gestão de todo o plasma excedente do Sistema Único de Saúde. E é quem realiza as auditorias nos Hemocentros para qualificar os serviços para a captação e envio correto do material e da entrega de equipamentos de armazenamento.
Ela distribui Albumina, Complexo Protombínico, Fator VIII e IX plasmáticos, Fator de von Willembrand, Fator VIII recombinante e a Imunoglobulina.
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