Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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Pernambuco perde, vítima de coronavírus, o empresário Elpídio Martins, da Engefrio e Autoline Honda

A história de Martins Filho está diretamente relacionada à criação de oportunidades de negócio de pequenos e microempreendedores

Fernando Castilho
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Publicado em 15/04/2020 às 9:00 | Atualizado em 23/04/2020 às 14:53
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Elpído Martins, empresário pernambucano - FOTO: DIVULGAÇÃO

Por Fernando Castilho do JC Negócios

Pernambuco perdeu, na manhã desta quarta-feira (15), o empresário e empreendedor Elpídio Martins Filho, vítima de infecção hospitalar. Ele foi o criador da Engefrio, empresa que se tornou referência no setor de varejo por vender equipamentos de preparação de alimentos, estimulando a criação de milhares de pequenos negócios. O empresário foi cremado ainda nesta quarta-feira, por volta das 13h, no cemitério Morada da Paz, em Paulista. Em decorrência da alta propagação do covid-19, não houve velório.

Martins Filho também tinha um outro negócio que ajudava pequenos empreendedores. Vendia suprimentos para instalação de sistemas de ar-condicionado, viabilizando as atividades de micro e pequenas empresas que atuam no segmento de refrigeração de ambientes. O terceiro negócio do empresário era a revenda Autoline Honda.

A história de Martins Filho está diretamente relacionada à criação de oportunidades de negócio de pequenos e microempreendedores. A Engefrio vendia todo os suprimentos e virou referência para todo o segmento.

Ela sempre teve a marca de inovação e trouxe ao Brasil uma grande quantidade de equipamentos importados, melhorando a performance de pequenos negócios. A empresa era distribuidora de louças para restaurantes comerciais e até indústrias.

Um outro negócio do grupo foi na verdade o início dos negócios do empresário. Ele era revendedor da japonesa Hitachi para o segmento de climatização. Uma das marcas da empresa era de apenas vender os equipamentos sem entrar no setor de climatização.

A lógica de Martins era de que o seu negócio era vender os artigos que outras empresas precisavam para fazer o seu negócio. Costumava dizer que não fazia sentido prestar serviços de climatização, pois o seu negócio não podia concorrer com o do cliente.

Elpídio tinha o hábito de viajar ao menos quatro vezes por ano ao exterior procurando novidades. Numa dessas acabou conquistando a revenda da Honda em Pernambuco.

Ele foi ao Japão a convite da Hitachi e decidiu aproveitar o dia de folga. Chegou na sede da Honda em Tóquio e pediu para ir ao departamento de América Latina.

Foi encaminhado a um japonês que o ouviu por uma hora, fez dezenas de perguntas sobre o Brasil e Pernambuco e no final da conversa agradeceu a visita, embora confessasse que tudo que ele deveria fazer era conversar com a Honda no Brasil. Martins voltou para o Brasil com a sensação de ter perdido tempo.

Mas um mês depois ele recebeu um telefonema de um executivo da Honda sugerindo que quando fosse a São Paulo visitasse a sede da Honda. “Eu disse que “coincidentemente” tinha uma reunião em São Paulo no dia seguinte. Não tinha nada, mas fui”.

Martins se surpreendeu ao chegar na sala. O diretor da Honda tinha o cartão que ele deixara em Tóquio e um “paper” da sua conversa com o executivo no Japão.

Um ano depois e após a troca de dezenas de certidões, ganhou a revenda Honda em Pernambuco. Após a festa de inauguração da loja da Imbiribeira, o presidente da Honda no Brasil disse no seu ouvido:
"Elpídio, você conquistou a revenda no dia em que foi a Tóquio. Nenhum brasileiro tinha tomando tal atitude quando a Honda disse que iria iniciar suas atividades no Brasil. E isso a companhia valoriza muito".

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