Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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Migração da covid-19 para o interior condena capitais a manter equipes médicas hospitais de campanha

As capitais e grandes cidades terão que conviver por muita mais tempo do que o que esperavam com os hospitais de campanha

Fernando Castilho
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Fernando Castilho
Publicado em 27/05/2020 às 13:25 | Atualizado em 27/05/2020 às 14:17
JAILTON JR./JC IMAGEM
Leitos de UTI e enfermaria de hospital de campanha em Pernambuco - FOTO: JAILTON JR./JC IMAGEM

Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios


Oficial de Intendência no Exército, o general Eduardo Pazuello pode não entender nada de saúde, mas sabe muito sobre logística e suprimento para tropas. Até porque conquistou sua terceira estrela (é general de Divisão) se destacando nas entregas para as missões da arma.

E embora sua declaração em Manaus tenha recebido quase nenhuma atenção, a noticia que o general deu é muito ruim sobre o comportamento da covid-19 no Brasil nos próximos meses.

Até porque, como ele disse, esse será o foco do ministério da Saúde na ajuda às cidades pequenas porque,sem disporem da infraestrutura das capitais e das grandes cidades, o atendimento dos contaminados será a sua colocação numa ambulância com destino aos hospitais implantados para atender os primeiros infectados nas grandes cidades.

Na prática, o general disse o óbvio. As grandes cidades terão que conviver por muita mais tempo do que o que esperavam com os hospitais de campanha e as estruturas que montaram, apressadamente, para atender a segunda onda de infectados no Brasil.

Isso nos coloca diante de um grande problema. Mesmo com a volta das atividades - como alguns governadores já programam - não há sinais de que a estrutura possa ser desativada como aconteceu nos demais países.

Esse é um cenário novo e sobre o qual não há informação sobre como se passou nos demais países. É um cenário típico de pais em desenvolvimento cujo estrutura não suporta uma crise como essa pandemia e que o precisou montar hospitais de campanha a um custo alto pois precisa de gente especializada além de equipamentos de UTI.

Na prática, significa a manutenção por meses de um custo muito alto e o risco de se manter um número absurdamente alto virando rotina. Significa que ela se somará às nossas doenças graves e que matam mais de 50 mil pessoas ano.

O problema é que a covid-19 é altamente contagiosa. Uma convivência do país por muito tempo, tende ao relaxamento das atenções dos governos e até do noticiário da imprensa. Abre a possibilidade de se considerar “normal” um número de mortes perto de 200 300 ou 500 mortes por dia.

Mas esse quadro absurdo tem também consequências colaterais. Manter estruturas como a que a covid-19 não estava nos planos dos governadores e muito menos dos prefeitos.

Cidades como Recife, Fortaleza e Salvador que montaram esses equipamentos não trabalham com a ideia de usá-los para suporte as pequenas cidades. Como o próprio nome diz são “Hospitais de Campanha”.

Isso também não está nos planos dos prefeitos de Caruaru, Petrolina, Feira de Santana na Bahia ou Caucaia e Maracanaú no Ceará.

Então, o Brasil vai ter que ser acostumar com uma realidade típica dele e suas deficiências . Aqui a convid-19 terá que conviver com todos os cuidados com as medidas de distanciamento com uma manutenção de atendimento dos infectados pela doença vindo do interior.

No fundo os custos continuarão alto e com cidades com contágio forte enviando pacientes para as grandes cidades. Um cenário que ninguém havia pensando antes do general advertir para essa difícil realidade.

 

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