Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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Pernambuco perde Paulo Gustavo Cunha ex-vice-governador que ajudou a iniciar Suape

Ele exerceu várias atividades no setor privado como diretor executivo das principais empresas industriais e de comércio do Estado,

Fernando Castilho
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Publicado em 28/05/2020 às 19:20 | Atualizado em 28/05/2020 às 23:05
ALEXANDRO AULER/ACERVO JC IMAGEM
Paulo Gustavo Cunha, ex-governador de Pernambuco.que esta lançando o livro século XXI : homem ou maquina.Pariabano de Campina Grande era arquiteto. - FOTO: ALEXANDRO AULER/ACERVO JC IMAGEM

Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios

Faleceu na tarde desta quinta-feira (28), no Recife, o ex-vice-governador Paulo Gustavo de Araújo Cunha. Nascido na Paraíba, ele era formado em arquitetura na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e foi companheiro de chapa no governador Jose Francisco de Mora Cavalcanti.

Paulo Gustavo começou sua vida no governo como secretário de Indústria e Comércio, nos governos de Nilo Coelho (1968-71) e prosseguiu no governo Eraldo Gueiros (1971-73), sendo escolhido vice-governador quando Moura Cavalcanti (foi nomeado entre 1975 e 1979).

Ele também exerceu várias atividades no setor privado, como diretor executivo das principais empresas industriais e de comércio do Estado, entre elas o Grupo Bompreço.

O presidente do Grupo JCPM, João Carlos Paes Mendonça, lamentou a morte do ex-governador e executivo. “Paulo Gustavo participou da nossa equipe e tenho muito orgulho disso. Profissional competente, determinado e de excelente caráter. Foi nosso diretor de expansão, área de fundamental importância para o varejo de supermercado. Com o passar dos anos, tornou-se meu amigo. Deixou grandes contribuições por onde passou. Sinto muito pelo seu falecimento”, disse.  

Reconhecidamente um técnico bem informado e erudito, Gustavo esteve sempre ligado aos empresários que fizeram parte da Federação das Indústrias de Pernambuco e no magistério, na UFPE e na Universidade de Pernambuco (UPE).

Era um escritor voraz e tem uma bibliografia que acumula mais de 200 obras publicadas, entre artigos sobre as economias estadual, nacional e mundial.

Também publicou trabalhos técnicos relacionado ao Seminário de Topricologia, sob a coordenação do sociólogo Gilberto Freyre, na Fundaj.

É autor dos livros vários livros, entre eles Do Sonho à Realidade, com colaboração de Vinicius Lucena (2006); Século XXI – Homem ou Máquina? (2008); Do Gênio Biológico ao Ser Biônico (2010); Pernambuco – Passado, Presente e Futuro (2011) e Diálogo com o Futuro (2012). 

Gustavo recebeu reconhecimento estadual e federal, com destaque ao Título de Cidadão de Pernambuco, outorgado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco

Também recebeu a comenda da Ordem do Mérito Empresarial Conde da Boa Vista, do governo de Pernambuco; Mérito Industrial, da Federação de Indústrias de Pernambuco; Mérito do Exército, Grau de Cavaleiro; Mérito da Aeronáutica – Medalha Santos Dumont, e Mérito da Cidade de Recife. Depois de sua atividade como vice-governador Paulo Gustavo Cunha não trabalhou mais no setor público.

Na verdade, sua saída da vida como participante do setor público se deu após um grave desentendimento com o então governador Moura Cavalcanti, que desejava sair candidato a senador depois de seu governo.

Moura Cavalcanti foi governador por escolha do Governo Militar e não conseguiu a garantia de que Paulo Gustavo faria apenas o complemento do mandato. Os dois brigaram e Moura Cavalcanti decidiu ficar até o último dia de seu governo sem dar oportunidade a que Cunha assumisse o cargo. Os dois nunca mais reataram a amizade.

Moura escolhera Paulo Gustavo pela sua performance como secretário de Indústria e Comercio nos governos de Eraldo Gueiros quando ajudou a estruturar o complexo portuário de Suape e a seguir quando participou das negociações de projetos estruturadores.

Ele sem empenhou especialmente nas negociações de uma laminadora de aços planos e uma extrusora de alumínio que acabou não acontecendo. Mas sempre defendeu o conceito de Suape com um hub industrial do Nordeste.

Fora do governo, ele era reconhecido pela sua cultura sobre economia. Paulo Gustavo atuou em vários grupos como executivo e consultor e liderou vários estudos sobre a economia de Pernambuco e sua inserção no mercado global. Era um entusiasta do setor industrial

Era um escritor intenso de temas econômicos em 2015 ele escreveu China -De Confúcio à modernidade onde dizia que ara entender a China de ontem e de hoje, é preciso compreender os ensinamentos morais, éticos, fidelidade familiar e honesta postura dos governantes!

E advertiu que quando olhamos a China com olhos ocidentais, com nossos valores erramos E que para compreendê-la torna-se fundamental entender os ensinamentos de seu maior filósofo- Confúcio.
O livro aborda a reforma de Deng Xiaoping, socialismo de mercado e modernidade. Seus principais desafios, 56 etnias, desequilíbrio entre o setor rural e a zona litorânea industrializada.

Nos últimos anos estava trabalhando com o tema inteligência artificial. Numa entrevista ao Blog do Escritor ele disse nos últimos cinco anos trabalhei com ênfase a acompanhar através de institutos de pesquisa, como MIT e Universidades de Harvard, os grandes avanços tecnológicos com destaque à busca da inteligência artificial, que pouco a pouco transforma o homem biológico em um ser biônico. E como será o mundo em 2050! Os dois últimos livros discorrem sobre o tradicional conflito entre a Religião e a Ciência, sobretudo na idade média, e a história da China e a influência de seu maior filósofo - Confúcio, disse Paulo Gustavo Cunha

REPERCUSSÃO NO MEIO EMPRESARIAL

NOTA DA FIEPE

A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), por meio de toda a sua diretoria, lamenta profundamente o falecimento do companheiro Paulo Gustavo de Araújo Cunha, ocorrido hoje, quinta-feira (28/05), no Recife.

Arquiteto, Paulo Gustavo foi um homem público e um profissional reconhecido pelo seu profundo conhecimento técnico. Sua competência ganhou notoriedade quando exerceu a função de secretário de Indústria e Comércio dos governos de Nilo Coelho e Eraldo Gueiros, chegando a ser convidado para ocupar a vice governadoria de Moura Cavalcanti.

Além da honrosa vida pública, Paulo Gustavo também construiu uma longa trajetória ao lado do setor produtivo e da FIEPE como vice-presidente nas gestões de Armando Monteiro e Jorge Corte Real, sendo o responsável pela criação do Centro Internacional de Negócios da FIEPE e grande entusiasta da internacionalização do produto pernambucano para fora do País.

ARMANDO NETO 

O ex-ministro da Indústria e Comercio, Armando Neto disse que Teve um papel importantíssimo na consolidação do Projeto de Suape. Foi decisivo para que Pernambuco pudesse realizar o grande sonho, que foi a implantação de uma refinaria de petróleo no Estado. Paulo, por onde passou, ao longo de sua vida pública e privada, deu sempre uma grande contribuição ao nosso desenvolvimento. Por outro lado, eu gostaria de registrar a dimensão humana. Uma pessoa sempre muito antenada e que tinha sempre um olhar atualizado sobre as tendências mundiais.

Uma pessoa sempre muito antenada e que tinha sempre um olhar atualizado sobre as tendências mundiais. Tinha uma grande curiosidade intelectual. Produziu artigos que continham sempre uma análise muito acuradas e consistentes sobre a agenda econômica internacional. No plano pessoal foi uma pessoa extremamente atenciosa e tivemos sempre uma convivência muito enriquecedora para mim. Ao final, quero abraçar sua família, especialmente Dinália e filhas.

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