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Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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Coluna JC Negócios

No comando do FDNE, Decotelli brigou com Weintraub porque viajava demais

Carlos Alberto Decotelli é a segunda pessoa negra a chefiar o Ministério da Educação. Mas não é um militante das causa.

Fernando Castilho
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Fernando Castilho
Publicado em 25/06/2020 às 18:40 | Atualizado em 25/06/2020 às 22:23
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Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Educação Carlos Alberto Decotelli - FOTO: REPRODUÇÃO

Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios

O professor Carlos Alberto Decotelli da Silva será o terceiro ministro da Educação no governo Bolsonaro. Antes dele, Abraham Weintraub permaneceu no cargo por 14 meses e, Ricardo Vélez Rodríguez, por pouco mais de três meses. Ele é um administrador com experiencia no setor, mas reconhecidamente uma pessoa vaidosa.

Oficial da Reserva da Marinha, Decotelli é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), mestre pela Fundação Getúlio Vargas, doutor pela Universidade de Rosário (Argentina) e pós-doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha.

No comando da pasta, Carlos Alberto Decotelli da Silva, como ministro da Educação do governo Bolsonaro será a segunda pessoa negra a chefiar o Ministério da Educação. O primeiro foi José Henrique Paim, durante o governo de Dilma Rousseff. E ao menos nesse aspecto é uma pessoa que tem posições firmes sobre a valorização da comunidade afrodescendente. Mas não é um militante das causa.

Mas é preciso reconhecer ele trabalhou duro para chegar a postos importantes no governo Bolsonaro. Foi um dos primeiros a se voluntariar no escritório de transição em Brasília e acabou, já por indicação dos militares, a ocupar o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE.

E pode-se dizer que ganhou o cargo depois das ideias que deu na transição. Entrou na equipe do presidente depois dar expediente voluntário no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Mas ele não fez uma boa administração no FDNE e o interesse dos partidos no cargo foi porque o professor Carlos Alberto Decotelli da Silva, como presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) por seis meses passou 23% do tempo como gestor do fundo viajando.

Decotelli ficou 200 dias no cargo, mas esteve ausente do órgão 38 vezes. Abraham Weintraub virou desafeto e considerava a administração um desastre.

O ministro Weintraub não escondia que estava insatisfeito com o trabalho de Decotelli daí o interesse dos deputados do Centrão pelo fundo.

Em setembro de 2019, ele foi substituído por Rodrigo Sérgio Dias. Com o apoio do PP, do líder da maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). O professor Alberto Decotelli da Silva, nomeado em 5 de fevereiro e esteve ausente da sede do órgão 38 vezes.

Nesse período, o governo federal desembolsou R$ 67 mil com suas viagens. Decotelli esteve em destinos como Salvador, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife e Natal, entre outros. Em média, Decotelli fez um deslocamento a cada quatro dias. Um dos exemplos de viagem do professor é a capital manauara.

O governo gastou R$ 8,7 mil e o titular do FNDE passou três dias em Manaus, entre 25 e 27 abril, participando de uma reunião com integrantes da Secretaria Estadual de Educação do Amazonas.

A preocupação dos servidores do órgão, responsável pela execução de políticas para a educação básica, era que a “ausência” de Decotelli atrasava atividades, como as compras previstas para aquele ano.

Mas a maior crítica do viajante Decotelli está relacionada com a contratação da empresa Brink Mobil na sua curta gestão. O dono da Brink Mobil, Valdemar Ábila, foi preso preventivamente pela PF na Operação Calvário em dezembro de 2019.

A operação investiga o desvio de R$ 134,2 milhões de serviços de saúde e educação do governo da Paraíba. No início deste ano, Ábila foi denunciado pelo Ministério Público da Paraíba por organização criminosa.

O empresário, de acordo com a denúncia, faz parte do núcleo econômico da quadrilha. Em fevereiro de 2019, o FNDE e a Brink registraram a ata de registro de preços com valor total de R$ 374 milhões. Carlos Alberto Decotelli da Silva, como presidente do FNDE, e Valdemar Ábila assinaram o documento.

O Ministério Público investiga essa operação que foi desencadeada em dezembro de 2018 com o objetivo de desarticular uma organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, além de outros órgãos governamentais.

A operação teve oito fases, resultado na prisão de servidores e ex-servidores de alto escalão na estruturado governo da Paraíba. A investigação identificou que a organização criminosa teve acesso a mais de R$ 1,1 bilhão em recursos públicos, para a gestão de unidades de saúde em várias unidades da federação, no período entre julho de 2011 até dezembro de 2018.

 

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