Por Fernando Castilho da Coluna Jc Negócios
O presidente da Associação Pernambucana de Shoppings, Paulo Carneiro, fez uma estimativa preocupante, na manhã desta quarta-feira (03), no programa Passado a limpo da Rádio Jornal. Ele estima com base nos dados de consultorias e estudos do setor que até 20% das lojas não mais abrirão suas portas, provavelmente no começo de julho.
Começo de julho - data estimada pelo Plano de Flexibilização das Atividades Econômicas do Governo de Pernambuco – é quando as atividades devem ser retomadas obedecendo aos protocolos definidos pela entidade nacional do setor (Abasce) que contratou o Hospital Sírio Libanês para escrever um rol de cuidados para a retomada gradual dos serviços.
O dirigente se queixa do Governo do Estado não só pelos prazos excessivamente longos, na sua opinião, mas pela falta de uma conversa mais direta com o segmento, que teve o cuidado de enviar uma série de propostas para serem analisadas.
Carneiro insiste que a entidade não defende que o varejo moderno volte a funcionar de qualquer forma, mas reclama da falta de atenção e dos prazos de retomada.
Mesmo nas conversas com os secretários do Desenvolvimento Econômico Bruno Schwambach, da Fazenda, Décio Padilha e Casa Civil, José Neto, disse o empresário, a postura foi de silêncio. Ouviram os pleitos, receberam os documentos, mas não disseram uma palavra. O governador Paulo Câmara não esteve em nenhuma dessas conversas.
As preocupações de Carneiro revelam uma enorme dificuldade do governo de Pernambuco em dialogar com os empresários locais. A forma de abordar questão durante a covid 19 não é um fato novo. É quase um padrão.
Paulo Carneiro comparou o plano pernambucano com outras capitais nordestinas, como Fortaleza (CE) e Salvador (BA), que já têm um funcionamento de shoppings de maneira mais flexível.
“Em Fortaleza, os shoppings já começam a operar a partir de segunda-feira, praticamente na sua plenitude. Em Salvador, o Drive Thru, que aqui só vai começar no dia 15 de junho, já opera há mais de um mês e com absoluto sucesso. Então, em Pernambuco, há um retardamento dessas ações.”
O mesmo governo que festeja nas redes sociais a chegada de novos empreendimentos quando definidos nas reuniões do Condic, não se mostra disposto a conversar sobre os problemas das atividade quando eles aparecem.
E o movimento Pró-Pernambuco, que junta hoje mais 20 entidades se vários segmentos também sentem desprestigiado nos pleitos apresentados. Mas a advertência do presidente da Aspece é mais séria porque adverte que uma situação que após 100 dias de paralisação precisa ser observada mais de perto. E o risco que o setor tem de perder mais empregos que já perdeu.
Paulo Carneiro lembrou que shopping não é lugar de aglomeração, mas de circulação que os associados já tomaram as providencias para retomar, gradativamente as atividades porque esse é um interesse deles de não haja disseminação da condi-19 nas suas instalações porque essa seria um risco maior aos negócios.
A queixa, portanto, não é por desejam retomar gradativamente as atividades, mas de não serem ouvidos e ter com o governo uma conversa direta sobre como atuar. Até porque os shoppings também atuaram com esse mesmo padrão de segurança nas campanhas de suade e de ajuda social.
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