No meio do debate que a covid-19 provocou na área de educação, relativo a dificuldades dos alunos das universidades públicas terem acesso a banda larga, uma informação dos reitores chamou atenção para o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), criado em 2000 e que acumula um patrocínio RS 67,75 bilhões nunca gastos devido às restrições existentes para acessá-lo.
É uma situação tão constrangedora que, ano passado, a Anatel decidiu escrever um projeto de lei ao Congresso onde propôs alterações para a utilização dos recursos mais alinhado aos objetivos de massificação do acesso aos serviços para baixa renda. O Fust foi criado para ser usado exclusivamente ao Serviço Telefônico Fixo Comutado. Ou seja: objetiva, essencialmente, instalar telefonia residencial fixa.
Essa limitação, com o passar do tempo, excluiu o fundo do acesso às plataforma de dados. Primeiro em relação ao notebook que o país caminhou para a compra direta; depois, quanto às redes Wi-Fi; e depois aos smartfones. Assim, o Fust - que deveria alavancar a implantação de infraestrutura de alta capacidade de transmissão de dados - ficou velho. E, na covid-19, a falta de acesso aos estudantes de baixa renda na área de educação superior escancarou a situação. O Brasil tem um fundo bilionário que não financia banda larga para transmissão de dados porque foi feito para universalizar o telefone fixo analógico.
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