Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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Falar em quarentena de mandato de juiz é passar recibo de que Congresso tem medo de Sergio Moro

Se coloca quarentena para juiz e promotor porque não colocar também pastores, padres, religiosos, comunicadores e qualquer pessoa que tenha visibilidade na mídia e que meses depois use isso como plataforma

Fernando Castilho
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Publicado em 29/07/2020 às 23:30 | Atualizado em 30/07/2020 às 11:35
EVARISTO SA/AFP
SÍMBOLO Juiz da Lava Jato, Sergio Moro entrou no governo como "superministro" e saiu acusando presidente - FOTO: EVARISTO SA/AFP

Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios

Os presidentes do STF, Dias Toffoli; e da Câmara Federal, Rodrigo Maia; deram, nesta quarta-feira (29), o maior atestado de que realmente temem a entrada do o ex-ministro Sérgio Moro como candidato a alguma coisa na política. De vereador a presidente da República quando falam em quarentena para juíz e promotor.

Ótimo. Muita gente no Congresso quer mesmo ver Sergio Moro pelas costas. Mas a questão é: vamos fazer uma quarentena para todo mundo que tem carreira de Estado?

Porque se for por esse caminho vamos ter que ampliar a lista de pessoas submetidas a quarentena.

Detalhe importante: se já tivesse algum tipo de quarentena em 2018, boa parte dos deputados que formam a base de eleitos do partido de Bolsonaro estava forma da disputa.

Então, se você põe uma trava para quem entrou para ser servidor público numa carreira de Estado para poder se candidatar vai ter que cumprir quarentena não só para juiz e procurador. Vai ter que colocar militares, policiais civis, militares e vai por aí.

E se você põe esses brasileiros, porque não colocar também pastores, padres, religiosos, comunicadores e qualquer pessoa que tenha visibilidade na mídia e que meses depois use isso como plataforma? 

Se esse debate é para não ter Sérgio Moro na política porque ele pode ser candidato a qualquer coisa é bom pensar num texto melhor.

Porque, por esse caminho, a gente vai terminar fazendo uma lei não a favor da moralidade, mas contra alguém que o Congresso tem raiva ou não quer vê-lo no meio político. E o mais grave: falar disso agora é falar de uma lei específica para excluir Sérgio Moro o que é muito ruim.

Mas esse é um problema que vai além da questão de Sérgio Moro candidato. Todo mundo sabe que tem muita gente que já começa a se articular para virar parlamentar ou disputar eleição.

Imagina se você criar uma quarentena para delegado de polícia, militar na ativa, juiz e promotor por quatro anos? Alguém acha esse pessoal vai querer aparecer como aparece hoje?

Então, a questão é: se alguém acha que um servidor que tenha carreira de Estado, precise cumprir uma quarentena deve ficar a restrito a juiz ou promotor é bom saber que é uma proposta ruim. Se for para ter quarentena para servidor tem que listar mais gente.

Fazer isso agora, falar de oito anos é carimbar uma lei com o nome de Sérgio Moro e, aqui para nós, só vai fortalecer o ex-juiz que vai acabar virando candidato imbatível.

Falar disso agora, como falaram os presidentes do STF e da Câmara ficou feio. Passou a ideia de no Congresso alguém está “com medinho” de Sérgio Moro. O que só o fortalece como candidato já que o Congresso não tem mais a possibilidade de analisá-lo como candidato a uma vaga no STF.

 

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