Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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Recuperação Judicial da Ricardo Eletro deve provocar demissão de mais de 5 mil funcionários

A empresa não disse como fica a situação dos colaboradores das lojas físicas que ainda estavam funcionando. A rede chegou em 2017 a ter 700 lojas.

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Publicado em 07/08/2020 às 22:34 | Atualizado em 08/08/2020 às 0:04
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Ricardo Nunes, fundador e ex-principal acionista da rede varejista Ricardo Eletro - FOTO: Divulgação

Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios

A Máquina de Vendas, dona das varejistas Ricardo Eletro e Insinuante, comunicou na noite desta sexta-feira que recorreu à recuperação judicial para reestruturar suas operações. A companhia tem dívidas superiores a R$ 4 bilhões.

A empresa informou que todas as lojas físicas foram fechadas e que a varejista irá se concentrar em um novo modelo de negócio, baseado numa rede virtual de parceiros e colaboradores.

Isso significa que ao menos 5 mil dos seus 6 mil funcionários devem ser demitidos. No comunicado a empresa diz que sabe da sua responsabilidade em razão do momento histórico e está iniciando esse modelo para que todos possam ganhar e criar uma roda virtuosa. A ideia central agora é aproximar os parceiros da Ricardo Eletro do seu consumidor. Mas não fala nada sobre a situação dos funcionários. Embora tenha dito que, em agosto de 2020, contará com 2.000 colaboradores diretos e parceiros e mais de 160 mil itens disponíveis em canais de venda. 

A empresa diz que num novo modelo, totalmente virtual, a Ricardo Eletro espera atrair parceiros e colaboradores, sejam pessoas físicas ou varejistas, para vender seus produtos em canais próprios de internet ou da varejista.

De acordo com o presidente da empresa Pedro Bianchi, já existem 2 mil parceiros cadastrados para operar o novo modelo. A empresa tenta ser na internet aquilo que hoje se transformou o Magazine Luzia que nem por isso abriu mais de ter 1 mil lojas físicas.

A empresa não disse como fica a situação dos colaboradores das lojas físicas que ainda estavam funcionando. A rede chegou em 2017 a ter 700 lojas.

Ricardo Nunes abriu, em 1989, sua primeira Ricardo Eletro, aos 18 anos, na cidade de Divinópolis, tendo apenas 20m². Em seus primórdios, a loja vendia somente aparelhos eletrônicos e bichos de pelúcia

Segundo Nunes, ele abria seus pontos de venda em locais onde já havia concorrentes, para buscar clientes destes. Seu foco principal era a venda de produtos cobrindo qualquer oferta do Brasil, ferramenta usada até hoje.

Mas isso abriu um sério risco de inadimplência dele junto aos bancos e fornecedores. O maior deles a Whirlpool (dona das marcas Brastemp e Consul). Além dos três maiores bancos privados do Brasil- Itaú, Bradesco, Santander .

A RJ da rede varejista Ricardo Eletro era uma ação esperada desde o início da próxima semana como uma ação cautelar preparatória para a implantação de um novo modelo de negócios baseado na internet.

Mas será uma grande desafio. Porque a maior parte das vendas da Ricardo Eletro vinha de suas vendas nas lojas físicas.

A dúvida no mercado é se uma empresa que nasceu de lojas físicas, mas não fez uma transição de sucesso para a internet pode ter sucesso.

Além disso a empresa diz que tentará montar o seu novo negócio com a participação de 2 mil parceiros. Ou seja, empresas que usarão a força do modelo de negócios eletrônico da Ricardo Eletro para vender seus produtos.

Mas a questão é esses parceiros terão seguranças de que a nova Ricardo Eletro vai ter sucesso na internet diante uma concorrência como muito mais base tecnológica que a Máquina de Vendas.

O problema é que ao fechar todas as lojas físicas a Ricardo Eletro não define o que fazer com sua rede de lojas físicas e como ficarão os colaboradores que hoje trabalham nela. 

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