Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Informação e análise econômica, negócios e mercados

A ilusão do juros tabelado

Publicado em 08/08/2020 às 6:00
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Para um país que conseguiu a proeza de baixar a taxa básica de juros para 2% ao ano, a proposta de tabelar juros de cartão de crédito em 30% ao ano, aprovada no Senado, soa como uma das coisas esquisitas que o Brasil cria, constrói um discurso e, em algum momento, se torna uma bandeira que atrai uma multidão de defensores sem qualquer conexão com a realidade.

A ideia de limitar juros do cheque especial e cartão, ainda que até o final do ano, é uma delas, a despeito de ter sido aprovada por 54 senadores, numa votação virtual, talvez como uma deferência a um colega. A proposta, como sabe, está agora na Câmara e, dificilmente, vai a plenário com alguma chance de virar lei.

Os juros do cheque especial e do cartão de crédito no Brasil são um problema para o correntista, para o varejo e para a economia. Porque trava milhões de potenciais consumidores que focam com o nome sujo nos birôs de crédito, que carregam mais de 40 milhões de CPFs negativados.

Mas é consequência do nosso sistema tributário, na absurda concentração bancária, em que cinco instituições detêm 85% do meios de crédito e da baixa educação financeira do brasileiro, que se acostumou com a situação. Não são problemas que se resolvam com uma lei. Muito menos no meio de uma pandemia, que não tem sequer um horizonte de volta à normalidade.

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