Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios
No último dia 26 de junho, no município de Penaforte (CE), o presidente, Jair Bolsonaro acionou, a comporta do Eixo Norte do projeto de integração do Rio São Francisco permitindo a chegada das águas ao Ceará.
Após acionar a comporta da Estrutura de Controle de Milagres, o presidente disse que a obra leva água a quem realmente precisa e vai impulsionar a atividade econômica. Bolsonaro viajou ao Ceará acompanhado do ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Ontem, Rogério Marinho precisou voltar ao Ceará e descer em Jati que fica a 20 quilômetros de Penaforte (CE) onde esteve com Bolsonaro por um motivo nada festivo. O rompimento de uma tubulação da barragem de Jati.
O vazamento fez com que ao menos duas mil pessoas fossem retiradas de sua casa na madrugada deste sábado. O vazamento atingiu a obra do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco.
O Eixo Norte é o que leva água para 220 cidades da Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte beneficiando 6,5 milhões de pessoas. Com a ação, a água que já abastece o Reservatório Milagres, em Pernambuco, passa pelo Túnel Milagres e começará a encher o Reservatório Jati, que fica no Ceará.
O ministro disse que as famílias ficarão em hotéis, pousadas, alojamentos e casas de familiares e amigos até a avaliação técnica da barragem e a liberação da área.
Nas redes sociais, Marinho que estava em Natal, no Rio Grande do Norte onde mora e tem base eleitoral, disse precisou percorrer mais que 560 quilômetros para chegar a Jati.
“Farei uma visita ao local acompanhado do Secretário Nacional de Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas.
Vamos à barragem para avaliar os danos causados pelo vazamento. Cabe ressaltar que o trabalho de recuperação já foi iniciado”, afirmou no Twitter.
O problema do estouro da tubulação da barragem de Jati é que ele expõe a questão mais sério do projeto de Transposição que é o custo da energia elétrica do projeto que ainda não está sendo pago pelos estados.
Segundo o colunista Egídio Serpa, do jornal Diário do Nordeste, engenheiros de empresas privadas com interesse numa possível PPP para a administração do projeto estimam esse custo em R$ 700 milhões, dos quais R$ 500 milhões relativos ao consumo de energia elétrica das nove estações elevatórias dos seus canais Leste e Norte.
E sem conhecer o custo da água, por metro cúbico, nele incluído o da energia, os governadores têm protelado a assinatura do contrato com o MDR. O custo da cobrança está marcado para janeiro de 2021.
O Canal Norte do PISF está operando com apenas uma bomba em cada uma de suas três elevatórias. A segunda bomba está instalada e pronta para funcionar, mas isso depende de uma decisão política do MDR, poque significará aumento do gasto com energia elétrica, principal insumo do projeto.
Dos quatro estados que vão receber as aguas Pernambuco é o único que sabe exatamente quando vai receber de água (6m³ por segundo) e estima que apenas para distribuir essa água pelos quase 1.000 quilômetros de adutoras do Sistema Produtor do Agreste vai gastar R$ 4,5 milhões por mês ou R$ 54 milhões por ano.
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