A sabedoria popular diz que a pior coisa que uma pessoa pode fazer é mudar o nome de algo que a comunidade se apropriou. Primeiro, todo mundo vai dizer que o que era Maria agora virou Mariana e aí já mostra que não é o original. Depois, mesmo que seja uma ideia muito boa, as pessoas sempre vão relacioná-la à anterior e, aí, ela nunca é esquecida.
Por isso se diz que a melhor coisa é melhorar a ideia pois a tendência é que, no futuro, as pessoas lembrem de quem aperfeiçoou e não de que criou. O problema é que todo governo quer um programa para chamar de seu.
O Programa Casa Verde Amarela, tem cara do MCMV, atenderá ao mesmo público do MCMV, será feito com o mesmo dinheiro do MCMV, mas o governo Bolsonaro quer dizer que não é Minha Casa Minha Vida. Resultado vai ser chamado de “novo” MCMV.
Por mais que você olhe, o Casa Verde Amarela é, na verdade, um Minha Casa Minha Vida (MCMV) sem o dinheiro da União. E, aí, é importante ficar claro uma coisa: quem está bancando o programa é o velho e bom FGTS, que entra com R$ 25 bilhões; e o governo federal, através do Fundo de Desenvolvimento Social, com R$ 500 milhões. Ou seja: O governo entra com 2%, mas põe uma placa do FDS maior que o FGTS no empreendimento.
Mas isso não quer dizer que seja interessante. Aliás, tem sido muito interessante essa relação da equipe de Paulo Guedes com o FGTS. Virou uma coisa de ódio e dependência.
No começo do governo, numa arrobo liberal, os secretários de Guedes, no ministério da Economia, propuseram liberar o saque do FGTS como forma de estimular a economia.
Alguém teve o bom senso de parar a bobagem no Congresso e dizer uma coisa óbvia: o FGTS é quem banca um dos setores mais importantes da economia. Liberar os R$ 500 bilhões do FGTS só vai ajudar aos cinco maiores bancos do Brasil.
Mas a equipe não desiste. O programa Casa Verde Amarela é bancado pelo FGTS. O resto é conversa fiada.
Mas tem uma coisa interessante. Essa proposta de baixar 0,25 na taxa de juros. Ajuda. Como o contrato é de 30 anos ajuda a reduzir um pouco a prestação de partida.
Ninguém sabe que o Governo vai voltar com o a Faixa 1. Mas no caso da faixa 1,5 - que hoje paga financiamento com taxa de juros de 5% ao ano - a queda será apenas 0,75% passando para 4,25% Assim como na faixa 3 que cai de 8% para 7,16% em todas as regiões.
Depois essa ideia de reduzir 0,5 ponto percentual para famílias com renda de até R$ 2 mil mensais e 0,25 p.p. para quem ganha entre R$ 2 mil e R$ 2,6 mil. Ajuda porque, no Norte e Nordeste, onde a renda é menor, esse limite de renda até R$ 2,6 mil habilita mais gente.
A dúvida é se ele vai atender mesmo 1,6 milhão de famílias. Mesmo aumentando o limite do valor dos imóveis financiados com o objetivo de fomentar o interesse do setor da construção civil.
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