Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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As contas ruins do Guedes

Publicado em 27/08/2020 às 2:00
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Pressionado pelo presidente Jair Bolsonaro, que exigiu um programa que pagasse, a partir do ano que vem, ao menos R$ 300 para todos os inscritos no programa de Auxílio Emergencial (66 milhões de pessoas), o ministro da Economia, Paulo Guedes, escolheu mexer em três programas de forte apelo popular que, dificilmente, passarão pelo Congresso. Deduções de despesas médicas, farmácia popular e abono salarial que têm beneficiários um número bem próximo dos que estão inscritos no Auxílio Emergencial.

Não será fácil. Ontem, em Ipatinga (MG), o presidente já vetou a captura do abono salarial que paga a 23,2 milhões de trabalhadores ao custo de R$ 18,3 bilhões. E novas pressões virão em relação à extinção do programa Farmácia Popular, que atende a 22 milhões de pessoas entregando medicamentos para hipertensão, diabetes, dislipidemia, asma, rinite, Parkinson, osteoporose, glaucoma, anticoncepcionais e fraldas geriátricas.

Pelas contas de Paulo Guedes, o dinheiro do Abono (R$ 18,3 bilhões) mais o do Farmácia Popular (R$ 2,6 bilhões) e o fim das deduções das despesas médicas (15,2 bilhões) chegariam nos R$ 36 bilhões que precisa para, com os R$ 32 bilhões que o Bolsa Família já tem no OGU, garantir os R$ 300,00 pretendidos pelo presidente. O ministro só esqueceu o custo político das propostas. E que o Congresso pode não o aprovar em função do clamor das ruas.

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