Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Brasileiro incorpora mortes da covid-19 à rotina e doença só preocupa idosos e Imprensa

A covid-19 no Brasil virou uma doença normal. Entre as que os brasileiros já se acostumaram a conviver.

Fernando Castilho
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Publicado em 06/09/2020 às 19:10 | Atualizado em 06/09/2020 às 20:09
Bobby Fabisak/JC Imagem
Porto de Galinhas lotada na tarde deste domingo (6) muita gente aproveitando o feriadão. - FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem

Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios 

O Brasil atingiu neste domingo a marca de 4.120 mil casos de covid-19 com mais de 126 mil mortes. Se a média diária deste domingo, de 819 mortes se mantiver até o último dia do ano, chegaremos ao Réveillon com 221 mil mortes E a um universo de, aproximadamente, 8 milhões de infectados (até hoje, são 4.212 mil com média de 33 mil casos/dia) Ainda faltam 116 dias para 2020 acabar.

Como a média, efetivamente, começou a se reduzir esta semana no Brasil, é possível que os números sejam menores. Salvo se não tivermos a ocorrência de uma segunda onda de contaminações.

O problema é que os brasileiros estão criando as condições de que isso possa acontecer. Especialmente nas capitais, grandes cidades e cidades de porte médio. Salvo se os cientistas e pesquisadores estatísticos estiverem errados nas suas contas.

A covid-19 deixou de ser um dos assuntos que mais preocupam as pessoas segundo os sites de notícias. E na verdade, hoje, é um tema cada vez mais restrito a jornalistas (encarregados de divulgar os números da pandemia), funcionários dos setores de saúde e pessoas da terceira idade, classificados como grupo de risco se contarem mais de 60 anos e tiverem comorbidades.

O assunto saiu da lista de interesses dos jovens e pessoas até 40 anos que estão mais interessadas em retomar a rotina de suas vidas, especialmente, lazer fora de casa e eventos públicos.

Como os eventos esportivos estão sem receber público e como as chamadas Lives de artistas se tornaram um evento desinteressante, as pessoas estão indo as ruas.

Os sentimento de volta as ruas hoje é o que, naturalmente, prevalece depois de 180 dias. Isso é perfeitamente natural. Porque as pessoas e famílias depois de tanto sofrimento pela quarentena querem se sentir mais proprietárias de seus destinos.

O problema é que essa "volta a normal" agora chama do de "novo normal" tende a comportamentos descuidados e que preocupam cada vez mais as autoridades de saúde - temerosas de um recrudescimento dos casos graves - e com o aumento da pressão sobre os serviços de saúde, boa parte já desmobilizados nos Estados onde a média móvel está caindo.

Fora da lista de preocupações do cidadão comum, o sentimento de volta ao normal tem apresentado um problema. O descuido com as medidas básicas de distanciamento. Especialmente quanto ao uso de máscaras.

Neste fim de semana, seja nas ruas, nos mercados, nas praias e lugares públicos a recomendação das autoridades foi esquecida como podem ser visto nas milhares de imagens postadas nas redes sociais.

E, não raro, motivo de atos de violência porque mesmo em ambientes como bares e restaurantes muitas pessoas se recusam a obedecer às recomendações.

Voltou o argumento de que o cidadão "tem o direito" de não respeitar as normais estabelecidas se assim achar conveniente o que cria problemas para os donos de bares e restaurantes, impotentes quando o grupo se torna majoritários e não raro violento.

O medo de contaminação da covid-19 virou um tema cada vez menos interessante e só existe no noticiário por uma decisão dos veículos de comunicação interessados na redução dos casos.

Como a volta das atividades, na quase a totalidade dos serviços, o cidadão está cada vez menos preocupado com a possibilidade de se infectar e em alguns casos passou a ser uma negativa pura e simples.

Talvez pela certeza de que, uma vez contaminados, não apenas haverá socorro médico no setor público como pela experiência adquirida pelos médicos no atendimento. E pelo menor tempo de internação como pelo tratamento ambulatorial sem maiores problemas.

Isso explica por que tanta gente pegou a estrada nesse feriado de 7 de setembro e porque, desde sexta-feira, tantas festas estão acontecendo. As comemorações vão continuar até esta segunda-feira.

Na verdade, além dos jornalistas - encarregados de cobrir as noticiais e acompanhar os números da ultima contagem o tema covid-19 - só preocupam as pessoas da terceira idade que ficaram em casa. Ou que não pegaram a estrada para aproveitar a liberdade de frequentar os mesmo lugares de antes de março. O tema covid-19 saiu dos Trend Topics das redes sociais.

A covid-19 no Brasil virou uma doença normal. Entre as que os brasileiros já se acostumaram a conviver.

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