Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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PNAD Contínua de julho mostra que emprego formal será o grande desafio economia brasileira nos próximos anos

o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado chegou ao menor número da série. Hoje o Brasil tem apenas 29,4 milhões de trabalhadores abrigados pela Previdência.

Fernando Castilho
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Publicado em 30/09/2020 às 13:15 | Atualizado em 30/09/2020 às 13:18
MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
Ao todo, estão sendo disponibilizadas quatro vagas para porteiro e uma para vigilante - FOTO: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios


Uma coisa chama atenção nos resultados da PNAD continua que trada do trimestre móvel maio-julho. Todos os índices são negativos. O problema do emprego virou um desafio que está na porta do governo, mas essencialmente na porta das empresas e revela um novo aspecto do quadro de geração de postos de trabalho provocado pela covid-19.

Como as microempresas – as que geram o maior volume de empregos formais – foram as mais atingidas seja pela dificuldade de acesso ao crédito seja pela simples decisão do dono fechar a empresa.

Como se sabe, os postos de trabalho nesse segmento são os mais baratos e os que são gerados mais rapidamente e sem que esse segmento tenha retomado as atividades com força o emprego de carteira assinada diminuiu.

Ou fenômeno é que embora milhares de pessoas tenham se formalizado com MEI isso não quer dizer que possam evoluir para micro empresas e aí assinar a carteiras de colaboradores porque, primeiro precisam garantir que suas vendas sejam sustentáveis.

Segundo o IBGE, a taxa de desocupação (13,8%) no trimestre de maio a julho de 2020 foi a mais alta da série histórica iniciada em 2011, as a população ocupada de 82,0 milhões, tem o menor contingente da série iniciada em 2012. No trimestre maio-julho ela perdeu ao menos 7,2 milhões pessoas.

Esse dado é importante porque veio junto de outro pacote de dados ruins. A população subutilizada recebeu mais 4,2 milhões de pessoas e agora é de 32,9 milhões de pessoas, novo recorde.

Tem mais: a população na força de trabalho (95,2 milhões de pessoas), a menor da série histórica. Assim como a população fora da força de trabalho (79,0 milhões de pessoas) foi recorde da série. Entraram nessa lista mais 8,0 milhões de pessoas.

É esse quadro que faz com que o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) tenha chegado ao menor números da série, caindo 8,8% (menos 2,8 milhões de pessoas). Hoje o brasil tem apenas 29,4 milhões de trabalhadores abrigados pela Previdência.

Até o número de trabalhadores por conta própria (21,4 milhões de pessoas) caiu (-8,4% ou menos 2,0 milhões de empreendedores). O rendimento médio real habitual (R$ 2.535) no trimestre terminado em julho subiu 4,8% frente ao trimestre anterior.

Mas foi influenciada pelo crédito do Auxílio Emergencial que no período injetou mais de R$ 130 bilhões na economia. Mas isso não quer dizer geração de renda por trabalho e iniciativa do beneficiário.

O IBGE diz que a população fora da força de trabalho (79,0 milhões) que atingiu o maior valor da série histórica significa dizer que houve crescimento de 43,3% da força de trabalho potencial.

E como a população na força de trabalho potencial (14 milhões) segue superior a população desocupada (13,1 milhões) existe espaço para o crescimento do contingente de empregados.

De qualquer forma o quadro é muito difícil na medida em que a economia não está reagindo e não há geração de emprego formal. Na verdade, as empresas formais estão ampliando a produção com mais horas extras e terceirizados, mas ainda sem contratações.

A economia está em fase de retomada de operação o que não quer dizer que está contratando mais. No chão de fábrica, a empresa está comemorando o fato de poder manter o empregado. Até porque o governo ajudou a que 14 milhões deles não fossem mandados para a fila do seguro desemprego.

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