Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios
No mundo corporativo, a nomenclatura de cargos de direção - por força as estrutura de empresas de capital aberto - adotou a expressão em inglês “chief” para designar os cargos de direção que no Brasil corresponde ao presidente executivo, o diretor geral ou mesmo o superintendente.
Por isso nas empresas modernas nós temos, atualmente, o CEO (Chief Executive Officer), o presidente da empresa; do CFO (Financial Officer), diretor financeiro; do CIO (Information Officer), do diretor de TI e, mais recentemente, do CKO (Knowledge Officer), o diretor de Conhecimento, o executivo que cuida de gerenciar o capital intelectual entre outros.
Mas está surgindo um novo “chief” no mercado: o CHO (Chief Happiness Officer) ou Gestor Executivo de Felicidade, o profissional cuja missão é criar condições nas quais os colaboradores das empresas encontrem o bem-estar para seu desempenho individual e coletivo.
Os cargos de CHO foram criados nos Estados Unidos, se disseminaram pela Europa e na Ásia e chegou ao Brasil este ano. Nesses países, eles estão sendo criados especialmente a partir das tensões decorrentes das novas condições de trabalho determinadas pelos longos períodos de quarentena e estresse na volta da corporação devido a pandemia da covid-19. E no Brasil já existe até um curso para formar novos gestores capazes de aplicar a metodologia da felicidade.
No Brasil, o curso foi desenvolvido para formar novos gerentes e garantir que eles sejam capazes de aplicar a metodologia dentro das organizações em que estão inseridos. A instituição pioneira na formação de CHO brasileiro é o Instituto Feliciência com sede em São Paulo. Desde março de 2020 o instituo já certificou 21 Chief Happiness Officers.
O curso foi trazido pela fundadora do Instituto Feliciência, Carla Furtado, consultoria em Programas de Promoção da Felicidade e do Bem-Estar no Trabalho que se juntou a mais quatro professores no Brasil e de Portugal, todos com qualificação internacional e experiência no desenvolvimento de programas corporativos de alto impacto.
O curso não é barato. A Certificação de Facilitadores Fib-Feliciência® EAD, custa R$ 4.280,00 e um novo módulo começa dia 31 deste mês. Já o Chief Happiness Officer Certificate/Cho-C® EAD custa R$ 3.280,00 e as inscrições estão abertas até 31/12/2020 para um curso que começa no ano que vem.
Segundo ela, a terceira década do século 21 será marcada por desafios ainda maiores para a sustentabilidade das organizações e em investimento que não estão ligados apenas as responsabilidades de Recursos Humanos. Serão investimentos numa decisão da alta gestão como ação estratégica da organização, diz.
Ela lembra que a depressão hoje custa à economia global cerca de 1 trilhão de dólares. Além de se tratar de um problema de saúde pública, também é responsabilidade de cada empregador zelar pelo bem-estar e saúde de seus funcionários.
"Muitas empresas limitam-se a perguntar o quanto custa investir no bem-estar e na felicidade dos colaboradores. Nós preferimos perguntar quanto custará não o fazê-lo", afirma Carla.
Segundo pesquisa realizada na Clínica Med-Rio Check-up, no Rio de Janeiro, o estresse crônico representa o principal fator de risco para a saúde dos executivos: três em cada cinco homens e uma em cada três mulheres sofrem do mal.
Nos EUA, segundo dados do American Institute for Stress, o prejuízo decorrente apenas do estresse advindo do trabalho atinge US$ 300 bilhões por ano.
Lá, após serem realizados mais de 30 mil check-ups em executivos de ambos os sexos, observou-se que 50% usam álcool regularmente (como relaxante pelo excesso de adrenalina produzida), 26% têm insônia, 25% apresentam alterações das gorduras sangüíneas, 19% têm hipertensão arterial, 16% sofrem de gastrite, entre outros males.
Além disso, estudos noutros países revelam que o estresse excessivo interfere no raciocínio lógico, na memória e na habilidade de decisão, de modo que se torna de grande importância a adoção de medidas de prevenção a fim de que a busca pelos resultados positivos no trabalho seja superada pelas condições malignas em que é exigido o esforço da produção.
Mas qual o papel do CHO? Como ele pode ajudar nisso? Qual seria o seu papel na empresa?
Segundo a consultora, as perguntas são recorrentes: como trazer os resultados dos estudos científicos para o contexto corporativo e para o centro das decisões estratégicas? Como estabelecer um programa que chegue à alta gestão, relacionando a Felicidade aos indicadores de performance? Como fomentar o engajamento através do investimento no bem-estar das equipes?
A Certificação Chief Happiness Officer responde a essas e a outras questões, diz a consultora que se juntou a quatro professoras, uma acadêmica e três executivas C-Level, sendo duas no Brasil e uma em Portugal.
Além do embasamento científico, os participantes têm a oportunidade de estudar com diretoras de empresas com cases bem-sucedidos de implementação de programas de Felicidade e Bem-Estar.
"Uma coisa é o que dizem os livros, outra é a realidade altamente complexa das organizações - o melhor dos mundos é o encontro das duas", frisa a dirigente do Instituto Feliciência.
A formação de Gestor Executivo de Felicidade (CHO na tradução para o inglês) se destina a Executivos e Analistas de Gestão de Pessoas, Business Partners, Especialistas em Psicologia Positiva, Especialistas em Employee Experience, Especialistas em Customer Experience e Consultores cuja atuação possua interface com Gestão de Pessoas.
O Chief Happiness Officer (CHO) ou Gestor Executivo de Felicidade é um profissional cuja missão é criar condições nas quais os colaboradores encontrem o bem-estar, um dos fatores primordiais no desempenho individual e coletivo.
Os cursos contam com metodologia exclusiva do Instituto Feliciência, desenvolvida para a realidade das empresas brasileiras. Durante a imersão, estudam-se os últimos avanços da Psicologia Positiva Aplicada às Organizações, Cultura Positiva, Liderança Positiva e Employee Experience.
A teoria e a prática acerca do assunto são ministradas por Carla Furtado - professora e pesquisadora que é referência em Felicidade no Trabalho no Brasil; Marly Vidal - CEO do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica; Marta Branquinho - Chief Happiness Officer certificada na Dinamarca, um dos nomes fortes do Happiness Board em Portugal e Ana Cláudia Mendonça, executiva responsável pela área de Gestão de Pessoas no TSE.
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