Xodó do mercado financeiro, o Tesouro Direto, programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas pela internet, viu um resgate líquido de R$ 168,48 milhões, em setembro, depois que as aplicações de R$ 1,85 bilhão foram superadas por resgates de R$ 2,02 bilhões. Nos últimos três meses, perdeu R$ 1,53 bilhão dos investidores.

O Tesouro Direto tem R$ 61,49 bilhões aplicados por 1.359.609 milhão de pessoas. Elas apostam suas economias na ideia de emprestar dinheiro ao governo sem intermediários. Prova disso é que, no mês passado, 289.943 novos participantes se cadastraram nele. Mas a informação de que tinha gente vendendo suas posições agitou o mercado. Porque ele funciona como porta de acesso de novos investidores.

Calma, adverte o analista Rafael Watts, da Athena Investimentos, escritório ligado a XP Investimentos, que custódia R$ 1,2 bilhão. "Antes de tudo, é importante salientar que, apesar da queda, as aplicações em Tesouro Selic são uma boa alternativa para reserva de emergência. Ele tem liquidez diária o que significa que o resgate pode ser realizado a qualquer momento". Mas reconhece que os investidores estão mais avessos a risco, e que as taxas exigidas por eles são mais elevadas. O que no final é a percepção de que o risco fiscal no Brasil ficou maior, o que afeta as aplicações com 100% da taxa básica de juros que ancora o discurso do Tesouro Direto.