Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Mercado

Juros futuros refletem o temor com as contas do Brasil

A taxa DI é negociada a 3,46% para janeiro de 2022, em 5,18% para janeiro de 2023 e e, 6,92% para janeiro de 2025, todas com taxas superiores ao ajuste anterior

Leonardo Spinelli
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Publicado em 04/11/2020 às 13:53 | Atualizado em 04/11/2020 às 13:53
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"O mercado está esperando pelas reformas", diz Charles Susskind, sócio-fundador da CMS Invest - FOTO: Divulgação

Por Leonardo Spinelli, para a coluna JC Negócios

A curva de juros futuros fechou ontem em alta, na sequência da ata do Copom que "corrigiu" o tom de seu comunicado, fazendo crescer as apostas de uma Selic em 2,25% em dezembro.

Enquanto isso, a taxa DI é negociada a 3,46% para janeiro de 2022, em 5,18% para janeiro de 2023 e e, 6,92% para janeiro de 2025, todas com taxas superiores ao ajuste anterior.

Enquanto a taxa básica de curto prazo reflete uma tentativa de estimular a economia, mesmo com a pressão inflacionária vinda dos alimentos, a taxa futura reflete os receios do mercado em relação à capacidade do governo pagar suas dívidas.

"O mercado está esperando pelas reformas", diz Charles Susskind, sócio-fundador da CMS Invest. Enquanto esperamos as eleições municipais, a agenda das reformas administrativa e tributária vão ficando para 2021. "A taxa de juros longa subiu pelo risco fiscal do governo, que teve liberar liquidez por causa da covid-19".

Ou seja, o risco fiscal do governo aumentou bastante no ano de pandemia e há ainda preocupações sobre a fonte de financiamento do Renda Cidadã, discussão que vai ficando para 2021 também.

A Selic baixa, por outro lado, mostra que a inflação não vai sair da linha enquanto a atividade não voltar com mais força. Até porque, não são juros altos que vão segurar o preço de alimentos ou mesmo dos combustíveis. "Não tem Selic que baixe o preço do milho, que impacta no preço do frango e do porco. O mercado não espera um descontrole inflacionário, a curva de juros longa deu empinada pelo risco fiscal."

A CMS Invest de Charles Susskind está no mercado desde 2008 trabalhando como agente autônoma de investimentos em parceria com a XP Investimentos. E agora abriu escritório no Recife, mais precisamente no JCPM Trade Center.

Apesar de não fazer campanha para atrair novos clientes, sua carteira tem algumas centenas de clientes pernambucanos que eram atendidos pelos private bankers do Bradesco Thais Oliveira e Ronaldo Carreiro. "Nossa métrica é qualidade de atendimento", diz Susskind. Seus clientes são qualificados com poder de investimento a partir de R$ 1 milhão. "Nesse novo cenário de juros baixos, quem quer melhor rentabilidade tem que abrir de liquidez e alongar a carteira."

Hoje para ganhar da inflação o investidor tem que apostar no risco. Apesar da maior dificuldade em fazer render, as opções de investimento são bem maiores. Debêntures de longo prazo e FIPs (fundos de investimento em participações) hoje se consegue alocando R$ 100 mil. Mas claro, o cliente tem que esquecer um pouco da liquidez e passar a entender de risco.

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