Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios
A decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu na última segunda-feira em implantar a bandeira vermelha patamar 2 na conta de luz, com a cobrança adicional de R$ 6,24 por cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos é para dar um chega para lá no consumidor.
Ao contrário do as chances de o Brasil ter apagões como está registrado na história é próxima de zero. Pelo simples fato da interligação, aí sim a grande conquista do setor elétrico brasileiros a partir do governo FHC.
Para quem nasceu depois da adoção do Real é importante saber que nós sim já enfrentamos uma apagão e isso aconteceu porque não se podia mandar grande blocos de energia entre as Regiões. Tínhamos energia no Norte, mas não podíamos mandar para o Sudeste. Então o que o presidente está dizendo é uma bobagem porque, depois de duas décadas a energia solar e eólica gerada no Rio Grande do Norte pode ser mandada para o Rio Grande do Sul pelo ONS.
Mas aí o freguês está se perguntando: Com Sobradinho cheio, com cada vez mais usinas eólica rodando e com um novo parque de geração solar chegando como se justifica a bandeira vermelha.
Consumo. O Brasil voltou com tudo. A indústria está rodando mais, o consumidor usando mais seus novos eletrodomésticos e as pessoas socializando mais. No final estamos voltando ao consumo pré-covid-19.
Então. que que o ONS está fazendo é despachar mais energia térmica - que custa cinco vezes mais que a energia gerada no Complexo Paulo Afonso - para guardar água. O nome disso e energia armazenada.
Claro que a cobrança extra é um recuo com relação a decisão tomada pela própria Aneel em maio, que previa a manutenção da bandeira verde, sem custo adicional, até o fim do ano para evitar sobrecarregar os consumidores em meio à pandemia.
Mas como diz a agência essa revisão foi necessária diante da queda do nível de armazenamento nos reservatórios das hidrelétricas e da retomada do consumo de energia com o fim das medidas de isolamento.
Ou seja, a população está aglomerando geral. Mas a possibilidade de racionamento é descartada. Ao contrário do que dia Bolsonaro em nome do governo "é zero" a chance de apagão.
O problema é que no Brasil a gestão de entrega de energia está muito vinculada a pressão dos distribuidores. Primeiro pro cauda da tributação. Segundo porque em 2020 houve um crescimento da inadimplência descapitalizando as empresas. E aí sobra para o consumidor que paga tudo.
As pessoas não prestam atenção, mas na fatura nossa de cada mês tem um pacote de tributos. Por exemplo a energia mesmo custa 30,85% da fatura. O resto é 22,72% da distribuidora, 4,37% para a transmissão, 7,30% de perdas técnicas, mais 4,38% de encargos setoriais e acredite: 30,38% de imposto.
Tem mais: Como tudo nesse setor é muito bem medido e contabilizado todas as vezes que acontece um problema como no Amapá, sobra para o consumidor nacional.
Então a questão não é subir o preço da energia para evitar um apagão. A questão é que no setor elétrico não tem um única lâmpada acesa de graça. Tudo é pago.
Mas para os próximos meses, é preciso esperar e avaliar como o período úmido, que começa agora e vai até abril, irá se comportar para definir as estratégias de operação. Mas sem esse papo de apagão.
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