Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios do Jornal do Commercio
No meio do debate sobre a adoção da bandeira vermelha nas contas de energia, já a partir de dezembro, por força da baixa capacidade de produção de energia hidráulica nas regiões Sul e Sudeste, está um fato inusitado provocado pelo suporte que, desde novembro, o Nordeste dá ao país exportando energia gerada no complexo Chesf, mas pelas matrizes eólica e solar.
Ao contrário dos demais sistemas de armazenamento, Sobradinho está com 51.86% de seu volume o que assegura um certo conforto para gerar o que for despachado pelo NOS. Mas é nas novas matrizes que está a surpresa.
Em média, o Nordeste tem exportado 27% da energia que produz para as demais regiões-4,5 milhões de megawatts médios/dia. Mas desse volume, mais de 40-% vêm de geração eólica (38% do que é gerado na Região) e de solar que já atingiu 3,5% da produção.
O Nordeste, porém, tem uma limitação na transmissão o que hoje, por exemplo, o impede de exportar mais energia e de nos fins de semana chegara a desligar parte das suas eólicas.
Essa performance se deve ao fato enfrentarmos, uma crise nos reservatórios do Sul (17,74%) e Sudeste (16,86%) e até no Norte (28,90%) que baixas taxas de energia acumulada enquanto o Nordeste tem mais de 50% como o sistema Sobradinho.
Na prática, hoje o ONS equilibra o fornecimento com a energia excedente do Norte e do Nordeste que virou o grande exportador de energia limpa para o restante do Brasil.
No sábado passado, o ONS registrou recorde de geração eólica no Nordeste. A energia produzida pela boa performance dos ventos alcançou o valor de 9.163 MW médios, suficiente para abastecer 86,8 % da demanda elétrica de todos os estados da Região.
O último recorde de geração tinha sido registrado em 7 de agosto (9.098 MW médios) equivalente a 9,5% de toda a matriz elétrica brasileira. As eólicas têm 16.128 MW de capacidade instalada.
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