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Copergás vai aumentar rede de postos de gás natural para atender táxi e aplicativos

Os postos comercializam, por dia, uma média de 289 m³ de GNV, atendendo perto de 68 mil carros adaptados ao uso do combustível

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Fernando Castilho

Publicado em 21/02/2021 às 20:00 | Atualizado em 24/02/2021 às 21:26
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A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), uma associação do Governo de Pernambuco com a Gaspetro e a japonesa Mitsui, responsável pela distribuição do gás natural no Estado, analisa ampliar, este ano, as autorizações para a instalação de sistemas de fornecimento de gás natural veicular em mais postos de combustíveis no Estado, especialmente na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Até hoje, a Copergás autorizou apenas 79 dos 350 postos, a maioria em funcionamento na RMR e que comercializam uma média de 289 m³ de GNV, por dia, atendendo a perto de 68 mil carros adaptados a uso do combustível, uma vez que praticamente não há modelos de fábrica com essa característica.

Com os aumentos da gasolina nas refinarias que acumula alta de 34,78% desde o início do ano, a pressão pela instalação de kits de gás está explodindo o negócio de conversão para o uso adicional do GNV nos modelos flex que já usam gasolina e etanol.

Hoje, quase a totalidade dos táxis e a maior parte dos veículos que rodam por aplicativos usma GNV que se queixam da malha de postos que vendem o combustível.

E por essa pressão a Copergás tem uma lista de espera de pedidos de instalação dos equipamentos de armazenamento e comercialização.

Nesta quinta-feira (18), a Petrobras apresentou mais um reajuste no preço dos combustíveis nas refinarias. A partir da sexta-feira (19), o valor médio do litro da gasolina será de R$ 2,48, alta de 10,2%, após reajuste de R$ 0,23. O preço médio do diesel será de R$ 2,58, depois de aumento de R$ 0,34 por litro, uma elevação de 15%.

Em Pernambuco, o preço do GNV é autorizado pela Arpe. Com o reajuste ainda em janeiro, a tarifa por metro cúbico passou de R$ 1,40 para R$ 1,43, sem os tributos. O valor do Gás Natural Veicular (GNV) para fins de compressão passou de R$ 1,25 para R$ 1,32, o m³.

A instalação de um sistema de fornecimento de GNL custa em média para o posto R$ 350 mil. Eles tem que ser bancados integralmente pelo proprietário pois as distribuidoras de combustível, por razões obvias, não financiam. Mas segundo os donos de postos o equipamento se paga com a venda do GNV porque ele deixa uma margem de até R$ 1,00, por m3 de gás vendido injetado no tanque do carro.

Esta margem está animando a que, cada vez mais empresas, peçam autorização de novos sistemas. A companhia promete acelerar as autorizações até porque deseja que ao longo de sua malha de dutos existam mais postos capazes de vender GNV. Em dois anos, o segmento de carros movidos a Gás Natural Veicular cresceu 29%.

Um kit de GNV custa em média de R$ 3,500 a R$ 5 mil e pode ser colocado em apenas um dia de modo que o motorista possa sair da gasolina e do etanol. Mas hoje tem lista de espera nas convertedoras.

O uso do GNV também está chamando a atenção das transportadoras que atuam na RMR com veículos menos que também estão se interessando pela conversão.

Considerada a quarta maior empresa do setor no Brasil em movimentação, com receitas de R$ 1,6 bilhão, a Copergas deve atingir, este ano, uma meta importante: 1.000 quilômetros de dutos no Estado, por onde hoje trafegam 4,3 mil m3/dia de gás natural, com destaque para a indústria para quem o produto é insumo e fator de custo.

A ampliação da rede mira oferta a novos mercados, industrial e veicular, a partir da rede de postos, além de oferta residencial. Hoje, o segmento já tem 52 mil clientes - que consomem 14 m3/dia - de modo a inserir o gás como substituto do GLP.

Este ano, a Copergás vai chegar com seus dutos em Carpina, Escada, Garanhuns, - Nazaré da Mata, Paudalho, Petrolina e Tracunhaém que poderão atender aos postos instalados ao longo da malha de dutos.

Atualmente 23 município são atendidos pela Rede de Gás Natural da Copergás.
Incolor e inodoro, não é tóxico e é mais leve que o ar a combustão do GNV libera dióxido de carbono (2CO2) e vapor de água, sendo os dois componentes não tóxicos, o que faz do GN uma energia ecológica e não poluente.

O foco, porém, é no fornecimento para a indústria, setor que a empresa já se conectou a 106 empreendimentos e que cada vez mais pressiona pelo produto.

Hoje, a demanda do setor industrial é para que a companhia atenda às empresas no interior, o que exige a ampliação da rede de dutos e que deve consumir a maior parte do investimentos de R$ 66 milhões previstos para este ano. A rota Camaragibe Nazaré da Mata terá os maiores investimentos.

Além da indústria (1.065 m3/dia), os dois maiores clientes da empresa são a Rnest (autoprodutor) e TermoPernambuco (termelétrica), que juntas consomem 2,9 mil m3/dia. 

 

 

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