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José Carlos da Silva Júnior, do Café São Braz, morre vítima da Covid-19

José Carlos tinha 94 anos, era viúvo e deixa três filhos e um imenso legado no empresariado nordestino

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Cadastrado por

Fernando Castilho

Publicado em 05/03/2021 às 10:50 | Atualizado em 05/03/2021 às 11:44
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O presidente do Grupo São Braz e proprietário das TVs Cabo Branco e Paraíba, José Carlos da Silva Júnior, faleceu na manhã desta sexta-feira (5) em decorrência da Covid-19.

No dia 21 de fevereiro, após contrair a doença ele foi, preventivamente, buscar cuidados médicos e clínicos adicionais em São Paulo devido à idade e por ser possuidor de comorbidades. Ele vinha seguindo as recomendações sanitárias desde a eclosão da pandemia, em março do ano passado.

Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e não resistiu a uma parada cardiorrespiratória. José Carlos tinha 94 anos, era viúvo e deixa três filhos, Ricardo Carlos, Eduardo Carlos e Eliane Freire.

José Carlos da Silva Júnior nasceu em Campina Grande, em 16 de junho de 1926. Filho de José Carlos da Silva e Maria Rosa da Silva, formou-se em contabilidade e construiu a vida profissional como empresário nos segmentos de alimentos, comunicação e automotivo.

O presidente do Grupo JCPM, João Carlos Paes, lamentou a morte do empresário paraibano. Segundo JCPM "O Nordeste perde mais um empresário que fez história consolidando o nome de uma marca graças à sua perseverança, trabalho e dedicação. Conheci José Carlos na época do Bompreço, num relacionamento que se iniciou como fornecedor e se tornou uma amizade muito verdadeira. Lembro do seu grande apoio na abertura das nossas lojas do Bompreço em João Pessoa e em Campina Grande. Sempre um ajudando ao outro. Realmente lamento sua partida”.

José Carlos da Silva Júnior começou sua vida profissional trabalhando com seu pai José Carlos da Silva em uma pequena torrefação de café que daria início ao legado da São Braz. Ele foi o único dos filhos que acompanhou os investimentos do pai e foi considerado o grande responsável pelo sucesso da marca.

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A pequena empresa, que era comandada por José Carlos da Silva Júnior e o pai, cresceu e se consolidou e em 1938 comprou a marca que pertencia a um concorrente, o Café São Braz, nome que mais tarde passaria a ser a razão social do grupo. Com o passar dos anos, a empresa entrou no ramo alimentício.

A marca São Braz também é uma referência de cafeterias no Nordeste da Paraíba a Sergipe onde tem mais de 50 franquias. José Carlos desenvolveu a cafeteria a partir do sucesso da produção de seus café de qualidade e também por acrescentar solos e sobremesas da culinária nordestinas que viraram uma tendência no Nordeste no segmento de cafeterias.

ZÉ CARLOS CONSTRUIU UMA EMPRESA DE SUCESSO

A São Braz está presente em todos os estados do Nordeste e também no interior de São Paulo. E é considerada uma das principais indústrias de alimentos da região Nordeste do Brasil, a São Braz está entre as seis maiores torrefações de café do País. Desde sua fundação, em 1951, a empresa vem constantemente investindo em novos produtos e tecnologias para levar qualidade à mesa do consumidor brasileiro.

o Grupo São Braz também controla uma rede de concessionárias de veículos formada pela Autobraz (Natal), Brazmotors (Campina Grande), Autovia (João Pessoa) e a Araguaia Motors (Palmas) . Silva também era dono do Jornal da Paraíba um matutino de circulação diária no estado da Paraíba fundado em 5 de setembro de 1971 e que hoje atua apenas em formato digital liderando a Rede Paraíba de Comunicação.

A marca conta com mais de 200 itens alimentícios produzidos em 12 linhas industriais, centralizado em Cabedelo, na Paraíba, atualmente uma das mais modernas unidades fabris da América Latina, em que trabalham mais de mil funcionários. A empresa possui ainda uma unidade industrial na cidade de Itatiba, em São Paulo, onde fabrica insumos para diversas outras indústrias de alimentos.

Além do café, uma mania nacional, a São Braz pilota um mix de outros produtos como barras de cereais, biscoitos Tufs, canjiquinha, cereais matinais (Gold Flakes e Top Crock), farinha de milho (Novomilho), filtros de papel, milho para pipoca, misturas para bolo, rosquinhas, temperos, coloríficos, salgadinhos (Pippo’s), sinônimo da categoria na região, e batatas fritas.


ZE CARLOS TAMBÉM TEVE ATUAÇÃO POLITICA

Em 1982, foi convidado a disputar o cargo de vice-governador na chapa de Wilson Braga pelo Partido Democrático Social (PDS), na ocasião, derrotou Antônio Mariz na disputa eleitoral.

Quatro anos depois, em 1986, deixou o cargo após a desincompatibilização de Braga, que disputaria uma vaga no Senado Federal pela Paraíba.

Como suplente, assumiu a vaga de senador nos anos de 1996, 1997 e 1999, após licenças de Ronaldo Cunha Lima. Em seus discursos, sempre defendeu melhorias à conjuntura econômica nordestina e brasileira, com destaque para sua atuação como membro da Comissão Especial que estudou as causas da pobreza no país, em outubro de 1999.

Mas além da atividade política, José Carlos da Silva Júnior também participou ativamente de importantes entidades do setor industrial especialmente no setor ligado ao seu negócio a torrefação de café. Ele foi presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC).
Antes tinha sido presidente do Sindicato de Torrefação de Café da Paraíba; vice-presidente da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep); diretor da Bolsa de Mercadorias da Paraíba e membro da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Associação Comercial de Campina Grande.
No comando de uma empresa sexagenária, que está entre as mais respeitadas do Nordeste no ramo alimentício, José Carlos da Silva Júnior dedicou toda a vida ao trabalho e ao empreendedorismo.

A dedicação ao trabalho e ao desenvolvimento econômico regional e nacional fez com que, ao longo de sua vida, José Carlos da Silva Júnior fosse homenageado com aproximadamente 20 medalhas e prêmios como o diploma José Ermírio de Moraes. As honrarias vieram de entidades industriais, comerciais e culturais da Paraíba e de outras partes do Brasil.

 

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