Para economista, PIB negativo do terceiro trimestre só mostra economia brasileira em estado de letargia
Para Raul Velloso, o Brasil desde 2014 está com a economia adormecida, sem crescer em nível razoavelmente aceitável
O economista e consultor econômico, Raul Velloso acredita que o Brasil deva chegar ao final de 2021 com o índice de crescimento de 4,1% embora o número seja apenas a correção (ou carregamento) da queda do ano passado o que significa dizer que podemos apenas zerar as perdas de 2020.
Velloso que é presidente do Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE), entretanto, adverte que igualar 2020 a 2021 é manter uma trajetória de quase zero (na verdade 0,6% de crescimento), no período entre 2014 e 2021, o que significa dizer que a economia brasileira está num estado de letargia que o próximo governo precisa decidir como sair dela.
O economista fez um estudo com base nos números do IBC-BR que o Banco Central calcula onde observa que o chamado crescimento em V que o ministro Paulo Guedes destacou durante todo o ano, nada mais é do que a volta ao índice que tínhamos antes da pandemia.
Não há crescimento, mas apenas o carregamento da queda de hoje voltando ao índice médio anterior a pandemia.
Mas Velloso, que autor de vários livros sobre planejamento, diz que essa não é a questão central. Ele adverte para o quadro de letargia da economia brasileira dos últimos sete anos.
Com base nas taxas de crescimento trimestrais entre 2004 e 2013, ele afirma o Brasil registrou uma taxa média de crescimento anual de 3,9%. Mas a partir de 2014, o país entrou numa espécie de adormecimento que, na média, vem se mantendo em 0,6%, ao ano, o que deve fazer com que, em sete, esse baixíssimo número seja uma constante.
Para o economista, a questão que deve nortear o debate eleitoral na área econômica é: Quais ferramentas e quais instrumentos que os possíveis candidatos apresentam de modo a romper essa paralisação de quase adormecido?
- O que precisamos ouvir é quais propostas teremos para romper essa média de quase uma década ( sete anos entre 2014 e 201) onde o país sequer consegue chegar a 1,0% de crescimento.
Para ele, falar em crescimento em V e dizer que chegamos a 4,1% não tem importância porque o país, na prática, estará voltando - um ano depois - ao que caímos com a pandemia. Não haveria, portanto, nenhum crescimento. Apenas o que ele chama de carregamento da taxa da queda.
Ele acredita que o país consiga chegar a 2021 com o mesmo número percentual da depressão de 2020. Mas adverte que isso não é uma nenhuma notícia positiva.
E insiste em chamar a atenção a baixíssima taxa que a economia brasileira vem praticando por anos seguidos há anos e que nos remete a uma média de apenas 0,6%.
Na verdade, conclui o professor Raul Vellozo. o Brasil está paralisado sem crescimento o que é muito baixo se comparado aos dez anos (antes de 2014) quando tivemos um melhor desempenho.
Para ele, o que se faz necessário é saber quais são as propostas para sair dessa hibernação que estamos desde 2014 e que a pandemia só fez acentuar e impedir qualquer possibilidade de rompimento dessa baixa taxa média de crescimento.