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João Campos tenta promover turismo sem colocar a mão no bolso

O Recife tem apostado em investimentos na divulgação permanente do turismo como atividade central de sua economia

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Fernando Castilho

Publicado em 11/12/2021 às 9:00 | Atualizado em 11/12/2021 às 9:53
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A sabedoria popular ensina que não existe brabo liso. Não dá para fazer muita coisa no setor do turismo quando o caixa da prefeitura não pode “chegar junto!”

Por isso essa conversa do prefeito do Recife, João Campos, de querer fazer o que chama de "Turismo Virado", sem colocar dinheiro na frente, pode até render notícia, mas não rende efetivamente negócio além do que já vem acontecendo.

O Recife já está lista dos cinco destinos mais procurados nos sites de busca de passagens e hospedagens, mas para turbina isso é preciso investir.

A bem da verdade, o faturamento do setor no fim do ano será aquecido, como mostra o indicativo de 90% na ocupação hoteleira para este réveillon, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE).

Mas é pura conversa achar que pode melhorar a performance dos negócios relacionados ao turismo, dizendo que serão concedidos incentivos ao setor - como a redução de 5% para 2% no ISS para serviços de hospedagem, atividades de lazer e eventos por 10 anos - para negócios situados no sítio histórico dos Bairros do Recife, Santo Antônio e São José. Essa ação foi desenvolvida em parceria com o 'Recentro'. O setor já goza desse benefício.

Entre as novidades para o setor está uma parceria das empresas Itapemirim e CVC, com o fretamento de aeronaves com vendas de pacotes de 07 noites para o Recife e um pacote conjugado Recife-Fernando de Noronha com a Azul Viagens. Ora, que tipo de ajuda a Prefeitura vai dar?

É importante observar que o destino já está na moda. Mas agora, para fazer crescer mais, é preciso investir forte em divulgação. Botar dinheiro nas plataformas e anunciar o destino como, aliás, fazem Salvador e Fortaleza.

Certo. É verdade que iniciativas como o Observatório de Turismo do Recife, que funcionará como uma rede de pesquisa e terá como finalidade monitorar o desenvolvimento do turismo no destino, a partir de pesquisas, dados, números e elaboração de indicadores, ajuda.

Porém, o Observatório não vai turbinar a captação, apesar de ser um instrumento imprescindível e decisivo na construção de políticas públicas ligadas ao turismo, observando as demandas turísticas e traçando diretrizes para desenvolvimento do turismo.

Claro que a ação junto das empresas de aviação ajuda. Assim como é importante entrar na rota de vendas de pacotes de 07 noites para o Recife e um pacote conjugado Recife-Fernando de Noronha com a Azul Viagens, que tal a equipe usar a estratégia de trade de Porto de Galinhas, que trabalha o ano todo e todo o dia para capturar seus clientes?

É importante ver que o tarde de Porto de Galinhas investe pesado e aposta na venda de pacotes permanentemente para fazer o turismo de destino um produto na prateleira.

Portando, para "Virar o Turismo" não basta aproveitar a onda que se formou sozinha, já que a Prefeitura não vem investindo muito no setor. Aliás, a Prefeitura não está cuidando nem de seu cartão postal.

Como fazer e como proceder todos os técnicos do setor sabem. Mas tem que botar dinheiro. Sem isso e sem apostar como estratégia central, vamos ficar vendo o pessoal chegar e sair de Porto de Galinhas, que por sinal trabalhou duro, mesmo na pandemia.

E é claro dar uma geral na orla de Boa Viagem.

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