Banco do Nordeste tem novo presidente interino. PL tenta consolidar nomeação de indicado de Waldemar Costa Neto

Agora é oficial. Após ser comunicado, na virada do ano, pelo presidente do PL, Waldemar Costa Neto de sua indicação para presidência do Banco do Nordeste e no último dia 3 ser “desnomeado” por um comunicado ao mercado pelo superintende de Ralações com o Mercado, Sérgio Brito Clark negando alterações na composição da Diretoria Executiva, o Conselho de Administração do Banco do Nordeste nomeou, nesta segunda feira, 17, José Gomes da Costa como presidente interino da Instituição.

Ele substitui a Anderson Aorivan da Cunha Possa que também estava no cargo como interino desde novembro quando substitui o então presidente Romildo Rolin.

Funcionário de carreira do BNB, com passagem em diversos cargos gerenciais, Gomes acumulará o exercício da presidência com o de diretor Financeiro e de Crédito do Banco. Anteriormente, Gomes esteve à frente da Superintendência Estadual da Bahia.

Gomes foi mais uma vítima da feroz briga pelo principal cargo da presidência do BNB desde que o próprio Jair Bolsonaro demitiu, a pedido do mesmo Waldemar Costa Neto, o antão presidente Romildo Rolin por ele manter um contrato com uma Oscip cuja presidente seria filiada ao PT.

No caso de José Gomes da Costa, o pecado é maior aos olhos do presidente. Ele foi filiado ao Partido dos Trabalhadores no Governo Lula quando era apenas funcionário de uma das gerencias do banco em Pernambuco. Gomes informa que já desfiliou do PT há mais de uma década.

Ao substituir Anderson Aorivan da Cunha Possa, Gomes parece ter, finalmente, conseguido apoio de Waldemar Costa Neto que estava trabalhando junto ao Governo para que ele fosse efetivado no cargo de presidente. Ao menos pelo comunicado isso não foi resolvido já que o BNB informa que Gomes será presidente interino da instituição.

Natural de Petrolina e economista pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com mestrado em Economia pela mesma universidade, Gomes possui MBA em finanças pela Escola de Economia do Rio de Janeiro, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e formação em “banking”, pela Escola de Administração de São Paulo, também da FGV.

A Diretoria Executiva do Banco do Nordeste passa a ter a seguinte composição: José Gomes da Costa (presidente e diretor Financeiro e de Crédito), Anderson Aorivan da Cunha Possa, Bruno Ricardo Pena de Sousa, Lourival Nery dos Santos, Haroldo Maia Júnior e Thiago Alves Nogueira.

Anderson Aorivan da Cunha Possa deixa a presidência interina sem conseguir reolver o problema que motivo as sucessivas trocas de presidente do banco.

Na semana passada Possa divulgou os resultados do Banco do Nordeste que fechou o ano de 2021 com contratações globais de R 41,9 bilhões. Foram R 831 milhões investidos a mais do que no ano anterior. As linhas de crédito voltadas para micro, pequenos e médios empreendedores alcançaram R 28,8 bilhões, o que corresponde a 69% de todos os recursos aplicados pelo Banco em 2021.

O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), principal fonte de recursos do Banco, respondeu por R 25,8 bilhões do total contratado, resultado semelhante ao do ano anterior. Já a fonte Poupança Rural apresentou 62,34% de evolução em sua utilização em 2021. A alta se deve ao investimento de R 1,4 bilhão frente aos R 888 milhões de 2020.

Ele não conseguiu fazer a contratação de uma instituição para fazer o acompanhamento de operações de micro finanças urbana do BNB (Crediamigo), um sistema de crédito orientado que virou uma marca do banco internacionalmente.

Sem participantes no certame de escolha do novo administrador do projeto, o banco teve que assumir as operações embora não tenha pessoal para as exigências do Crediamigio pela sua capilaridade.

O Crediamigo é considerado o maior programa de microcrédito produtivo e orientado da América do Sul. Ele virou objeto de desejo de muitos bancos, especialmente os bancos digitais pelo cadastro.