Seguradora lança opção de financiamento de assistência hospitalar fora do modelo de plano de saúde

Em 2020, quando estourou a pandemia do coronavírus, os empresários Sérgio Bivar e Antonino Coelho desenhavam a healthtech Exmed quando se depararam com um dado surpreendente: mais de 95% dos custos de uma internação hospitalar, nos hospitais particulares, não passavam de R$ 200 mil.

Bivar e Coelho vinham da Saúde Excelsior, operadora regional de plano de saúde vendida para a Amil em 2012 e mais tarde absorvida pela United Health. E decidiram mergulhar num projeto que realinhasse interesses e responsabilidades, que colocasse o cliente no lugar de gestor.

O design foi um seguro (o produto está na grade da Susep e não da ANS) com cobertura para internação hospitalar que permite construir uma reserva financeira (com rendimentos próximos ao CDI) com aportes em conta digital que podem ser utilizados para pagar consultas médicas, serviços de diagnóstico e procedimentos hospitalar, efetivamente, o maior interesse do cliente potencial.

Esse modelo já existe no mercado internacional e é diferente do plano de saúde, que hoje protege apenas 23% da população brasileira e que sente enorme dificuldade de pagar as prestações. Isso porque o modelo plano de saúde cobre todo o espectro de serviços médicos e não apenas os custos de maior valor, como as internações hospitalares.

De certa forma o Exmed é semelhante ao modelo americano do Seguro Hospitalar que abrange internações hospitalares, cuidados em centros de enfermagem especializados, cuidados paliativos e alguns cuidados de saúde em casa, com o Seguro Médico: Cobre serviços médicos, cuidados ambulatórios, suprimentos e serviços preventivos. A diferença é que esse novo tipo de seguro agrega capitalização dos sinistros pagos.

Ou seja, as contribuições podem ser feitas conforme a disponibilidade e interesse do cliente, com total flexibilidade dando a ele, a liberdade para gerenciar os seus gastos na obra do sinistro.

Em dezembro de 2021, o número de beneficiários de planos médico-hospitalares atingiu a marca de 49 milhões. A variação nos 12 meses anteriores foi de 3,2%, marca que representa acréscimo de 1,5 milhão de vínculos. Já entre os planos odontológicos, no mesmo período, houve aumento de mais de 2,5 milhões de beneficiários (+9,6%). Confira também os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

GRANDES HOSPITAIS PARCEIROS 

A empresa está lançando o produto em São Paulo e em Pernambuco, já com apoio de hospitais como da Beneficência Portuguesa (SP) e Português (PE), como um argumento bem assertivo: guarde a franquia para as necessidades de grande porte e se beneficie das parcerias com médicos, clínicas e laboratórios particulares, pagando preços com desconto à sua escolha.

O conceito é que plano de saúde é um gasto, enquanto o seguro Exmed é um investimento resgatável a qualquer momento.

No caso dos planos de saúde, por exemplo, a realidade é bem diferente. A Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH) foi de 18,2% para o período de 12 meses, encerrados em junho de 2021, comparada com os doze meses encerrados em junho de 2020 segundo dados Indicador apurado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover melhores práticas voltadas para a saúde suplementar no Brasil.

Isto significa que as despesas as operadoras pagaram aos prestadores pelo atendimento a seus beneficiários nos doze meses de julho de 2020 a junho de 2021 foi 18,2% mais alto do que nos doze meses entre julho 2019 e junho de 2020, que havia sido 2,1%.

O índice apurado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) para planos individuais ou familiares se revelou superior à inflação de preços medida pelo IPCA/IBGE – que foi de 8,4% para o mesmo período.

Sérgio Bivar aposta num produto com tíquete médio de R$ 200,00, embora pessoas com 30 anos possam contratá-lo a partir de R$ 85,00, com a possibilidade de escolher quanto quer investir num modelo 100% on-line de serviço, sem reajustes anuais.

Antonino Coelho diz que o foco do seguro é permitir, por meio do app da Exmed, que o cliente faça aportes financeiros periódicos em sua conta digital, mantendo a destinação do dinheiro que pode ser sacado a qualquer momento ou usado em caso de internação.

Na prática, o conceito é de oferecer uma solução em lugar de um plano de saúde, de modo que o usuário contrate um seguro definindo as coberturas para serem usadas num hospital de referência, num grande evento de saúde.

Isso, na opinião de Sérgio Bivar, atende a clientes que precisam de garantias de atendimento em situações de real estresse. Mas que possam fazer seu planejamento de cuidados de saúde, sem um alto custo mensal e sem usar o dispensário de serviços.

“Enquanto o plano de saúde é um gasto, porque nem sempre é utilizado, a Exmed é um investimento: todo o dinheiro investido poderá ser resgatado a qualquer momento, sem penalidades, caso o cliente não deseje mais estar associado. Assim, o cliente é o gestor da própria saúde", diz Sérgio Bivar. "Além disso, somos transparentes: mostramos ao cliente o custo de cada procedimento, exame, diária. Cabe a ele, com todas as informações em mãos, decidir o que quer fazer."

"Entre os diferenciais da Exmed estão a possibilidade de escolher quanto quer investir, serviços a custos acessíveis, processo 100% on-line, liberdade, segurança e transparência, serviço sem reajustes anuais, rede de benefícios e resgate sem penalidades", completa Antonino Coelho.

 

 

MAIS SEGURO DE VIDA 

Segundo levantamento da Brasilseg, do Banco do Brasil, a contratação de apólices do produto pelos clientes de 18 a 20 anos cresceu quase 205% em janeiro deste ano, na comparação com igual período do ano passado.

Já a pesquisa realizada pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) mostra que houve um acréscimo de 26% nessa mesma modalidade em 2020, quando comparado ao resultado de 2019. No primeiro bimestre de 2021, o ritmo de crescimento se manteve com avanço de 24,9%.