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Uma semana para afastar de Porto de Galinhas policiais envolvidos na operação; inquérito sem prazo

O caso de Heloysa Gabrielly repete um padrão. Uma semana para admitir o envolvimento, um mês para abrir uma investigação formal e um ano para anunciar o culpado.

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Fernando Castilho

Publicado em 06/04/2022 às 22:10 | Atualizado em 06/04/2022 às 23:07
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O secretário estadual de Defesa Social, Humberto Freire, anunciou que sete policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) envolvidos na perseguição que resultou na morte da menina Heloysa Gabrielly, de 6 anos, na comunidade de Salinas, há uma semana, foram afastados das atividades na praia de Porto de Galinhas.

É uma medida importante, já que a SDS passou a considerar que eles podem ser responsáveis pelo tiro que matou a criança. Mas chega tarde (uma semana após os protestos) e com a ressalva de que estão deslocados para outros municípios.

É um mau sinal porque passa a ideia de tibieza em relação ao controle do caso quando confrontado com situações envolvendo policiais. Foi assim quando um policial atirou no olho de um manifestante numa passeata ano passado, cuja investigação e punição se arrastou.

O governo de Pernambuco é formado de servidores públicos de carreira. E quando os gestores não agem com firmeza em casos em que agentes públicos estão envolvidos, passa a terrível ideia de corporativismo. Certamente não é.

Mas para a sociedade, essa é a imagem que fica. A de que o mesmo rigor com que a Polícia trata cidadãos sob suspeita nas ruas não se aplica quando se trada de um policial ou agente público. Essa é a atitude revelada.

O caso de Heloysa Gabrielly repete um padrão. Uma semana para admitir o envolvimento, um mês para abrir uma investigação formal e um ano para anunciar o culpado.

E depois os gestores reclamam porque a imagem da polícia é ruim perante a comunidade. Agamenon Magalhães, que foi governador de Pernambuco, dizia que governar é ter atitudes.

Gabriel Ferreira / SJCC
Pais de Heloysa Gabrielly emocionados durante manifestação nas ruas de Porto de Galinhas - Gabriel Ferreira / SJCC
 

 

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