Custo do terreno afasta empreiteiras e complica conclusão de projeto da Prefeitura do Recife no antigo aeroclube do Pina
Prefeitura do Recife deseja vender 12 terrenos para com o dinheiro construir um parque orçado em R$ 100 milhões
Um conjunto de 12 terrenos próximo a um shopping, vários empresariais, ao lado de uma via expressa e vizinha ao bairro de Boa Viagem, com 1,56 hectares, está a venda sem que até agora empresas do mercado imobiliário tenham demonstrado interesse - a despeito do Recife enfrentar uma disputa acirrada por maiores áreas imobiliárias, especialmente na Zona Sul da cidade.
Os terrenos são a parte reservada para a construção imobiliária do projeto denominado Complexo do Aeroclube, que na sua completude deverá ocupar os 11,9 hectares do antigo Aeroclube de Pernambuco, no bairro do Pina, e que a Prefeitura do Recife aprovou e está a procura de investidores para o seu desenvolvimento, mediante troca de área por um conjunto de obras que inclui um parque urbano com uma série de equipamentos.
O parque será equipado com anfiteatro, pista de cooper de 1.560 metros de extensão, circuito para bicicletas, quadra polivalente, campo de areia, pistas de skate, de bicicross e de patins e patinete e mais um parcão, mobiliário urbano inclusivo, parque infantil e academia de ginástica, também acessíveis para pessoas com deficiência.
O problema está no preço dos terrenos: R$ 99,5 milhões, a preços de 2021, com os quais a Prefeitura quer fazer além dessas obras dos Sistemas de Abastecimento de Água, de Tratamento de Esgoto, uma Creche Municipal e Upinha 24h além da urbanização da comunidade do Bode.
É que para pagar R$ 100 milhões por uma área de 1,56 hectares correspondentes a 13,1% do terreno de 11,9 hectares adquiridos por meio de leilão / concorrência pública à iniciativa privada, o incorporador terá que construir um conjunto de edifícios com valor geral de vendas (VGV) de ao menos R$ 400 milhões - o que pelo gabarito construtivo da área colocaria os preços dos apartamentos bem acima do que o mercado pratica.
Para completar, existem dúvidas se para construir edifícios mais altos o vencedor do leilão não teria que pagar a outorga onerosa pelo adicional de área que precisa construir. Na região, esse gabarito é de duas vezes a área do terreno e se o empreendedor deseja passar para quatro teria que pagar à prefeitura a outorga de mais dois.
Desde o ano passado, quando a prefeitura aprovou na Câmara Municipal o projeto, que representantes do governo municipal fazem sondagens com o mercado imobiliário para se decidir pelo lançamento do edital sem que tenham encontrado receptividade.
Oficialmente a PCR esta analisando os termos do edital, mas já sabe que a proposta de construir um parque de 100 milhões apenas com a venda dos 12 terrenos fica mais distante.