Executivo do Ano, Jaime Queiroz diz que investimento nas equipes é fundamental para o sucesso na carreira
Queiroz contou parte de sua trajetória de executivo financeiro dentro do Grupo JCPM, relembrando iniciativas desafiadoras que teve de enfrentar
Ao receber na tarde desta quinta-feira(28), do IBEF Pernambuco, o título de Executivo do Ano, o CEO da JCPM Shopping Centers, Jaime Queiroz Filho, disse que - se pudesse deixar um ensinamento aos seus colegas executivos financeiros - seria o de investir em pessoas, formar bons times e cultivar suas inquietações.
Ele falou para um grupo de profissionais da área de finanças que foram à primeira reunião da instituição liderada pelo consultor José Emídio Callado após o período de pandemia, quando as reuniões foram remotas.
Além dos diretores do Grupo JCPM, a homenagem contou com as presenças dos empresários João Carlos Paes Mendonça Tavares de Melo, Marcelo Tavares de Melo Filho e Renato Paes Mendonça Tavares de Melo, integrantes do conselho de Administração da empresa.
Queiroz contou parte de sua trajetória de executivo financeiro dentro do Grupo JCPM onde relembrou iniciativas desafiadoras que teve de enfrentar e que lhe deram o que chamou de “um pacote de oportunidades em produtos que todos executivos financeiros gostariam de experimentar”.
Ele também disse que uma das lições que aprendeu é que o executivo tem que entender o mandato do empreendedor e colocar sua opinião como profissional de finanças, informando-o sobre os riscos, mas sempre de modo a contribuir com a decisão do empresário.
E lembrou de sua convivência com o empresário João Carlos Paes Mendonça, com quem atua diretamente há cerca de 30 anos.
Ele também disse que é importante ter presente que é da natureza do empreendedor ter grande ansiedade e grande inquietação, e que é importante o executivo entender esse comportamento, porque isso é o que faz as empresas se diferenciarem das demais.
Jaime Queiroz começou sua palestra falando do início de sua carreira como estagiário do Bompreço, onde ficou por um período de quatro anos, quando teve uma experiência no Banco Banorte e no Grupo Pontes (Mar Hotel). Até que foi levado de volta para o Bompreço pelo então superintendente da companhia, Marcelo Silva, profissional que o integrou na equipe de desenvolvimento financeiro de vários produtos.
Entre eles, os mais icônicos da rede de supermercados: o cartão de crédito Hipercard e o cartão de Fidelidade BomClube.
O Hipercard e o Bomclube, segundo Jaime Queiroz, permitiram ao Bompreço, já na década de 90, e a partir de um software usado no Brasil apenas pela Seguradora do Banco Nacional, georeferenciar as compras dos associados do Bom Clube e cruzar suas informações com o uso do Hipercard e identificar preferências dos consumidores ajudando na tomada de decisões sobre atendimento das demandas dos clientes da rede e gestão de grandes blocos de compra dos fornecedores. Isso quando esse conceito sequer estava formatado.
Ele fez questão de listar algumas iniciativas que teve oportunidade de trabalhar como gestor do Bompreço, tais como a preparação da companhia para abrir o capital em 1996, o que levou o Bompreço a se equipar em termos de gestão para negociações com a Finepe-BNDES, o próprio BNDES, e o IFC (braço financeiro do banco mundial para o setor privado). Foi nessa época em que o Grupo se associou a Royal Ahold, então considerada a mais moderna empresa da Europa em termos de gestão de redes de varejo.
Na sua conversa com os executivos do IBEF-PE, Jaime Queiroz falou de sua relação com o empresário João Carlos Paes Mendonça, a quem classificou como a pessoa que mais desafia seus executivos a entregarem soluções de inovação e conexão com o mercado.
Pontuou, também, o desafio como gestor da JCPM Shopping Centers, um marco de mudança de paradigma da empresa que passa a ter duas holdings, uma voltada para shoppings e outra para os demais negócios corporativos, como atividades imobiliárias e de comunicação, com o Sistema Jornal do Comercio de Comunicação. E do novo modelo de gestão, agora com a presença dos acionistas nos conselhos, o que tem proporcionado uma grande oportunidade como gestor.
Jaime encerou sua fala resumindo que poderia definir sua participação na empresa em duas fases: a do Bompreço e a outra com o JCPM. “Eu diria que a nossa marca é a inquietação, estar atento às ameaças e oportunidades. E a outra é a preocupação com pessoas. Quero encerrar dizendo para vocês que uma coisa fundamental que aprendi é ter que trabalhar com equipes. E, de preferência, que você consiga ter equipe até melhor do que você. O risco de boas equipes que possam ser desafiadas é você ter sucesso. O problema é quando o executivo precisa carregar a equipe nas costas. Outra coisa é que é preciso ser justo. Buscar o equilíbrio é uma ação diária praticada como uma coisa normal”.