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PIB de 1% no primeiro trimestre ajuda Bolsonaro, mas fora do governo ninguém aposta em crescimento alto

Clientes temem tomar crédito pela alta taxa de juros. Até mesmo negativados estão recusando oferta de crédito

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Fernando Castilho

Publicado em 02/06/2022 às 14:15 | Atualizado em 02/06/2022 às 16:09
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O PIB brasileiro cresceu 1,0% no primeiro trimestre de 2022 (comparado ao quarto trimestre de 2021) e comparado ao mesmo trimestre de 2021, aumentou 1,7%.

Ninguém no mercado financeiro acredita que, a partir do mês que vem - quando começa o segundo semestre – essa performance se repita porque os estímulos que o Governo Federal deu já estão contabilizados.

Mas para o governo de Jair Bolsonaro essa talvez tenha sido a melhor notícia a cinco meses da eleição. E, portanto, toda a equipe de Paulo Guedes tem mesmo é que comemorar.

Tanto que chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia, Rogerio Boueri, se apressou em dizer que resultado "superou as expectativas e mostrou que as previsões da equipe econômica não eram super otimistas", como apontavam os críticos do governo e os analistas do mercado financeiro.

Boueri tem razão. Talvez pela atabalhoada condução das ações do Governo ninguém que estude as chamadas externalidades macroeconômicas acreditava que o resultado poderia ser positivo e teve muito departamento econômico de banco que errou.

Comemorações à parte, o fato é que 1º de crescimento no primeiro trimestre ajuda muito ao governo. Até porque o número positivo pode se confirmar de abril a junho com o estímulos ao consumo embora com a taxa de juros já tem cliente negativado esnobando oferta de crédito. Ou seja: até quem não paga não paga não está fazendo empréstimo.

Mas voltemos aos números do IBGE. No primeiro trimestre, nas chamadas atividades industriais, houve avanço nas atividades de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (6,6%). Bom, em energia e gás não tinha como não subir porque os preços estouraram o caixa das famílias mesmo. Mas a indústria de transformação (1,4%) e Construção (0,8%) cresceram sim.

O caso da construção tem a ver com as vendas de 2021, quando o setor vendeu na planta e agora está começando a fazer a obra. Então, a pressão é pela compra de cimento, aço e material de construção, o que acabou puxando índice.

No acumulado nos quatro trimestres, terminados em março de 2022, o PIB cresceu 4,7%, comparado aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

A boa notícia veio dos serviços onde houve crescimento em Outros serviços (2,2%), Transporte, armazenagem e correio (2,1%), Comércio (1,6%), Atividades imobiliárias (0,7%) e Administração, saúde e educação pública (0,6%). Tanto que a despesa de Consumo das Famílias (0,7%) teve crescimento bem restrito.

E como acontece estruturalmente o setor externo, com as Exportações de Bens e Serviços cresceram 5,0%, enquanto as Importações de Bens e Serviços caíram 4,6% em relação ao quarto trimestre de 2021.

Entretanto, como dizem os analistas o bicho pegou mesmo foi na taxa de investimento que no primeiro trimestre de 2022 (18,7% do PIB) ficou abaixo dos 19,7% de 2021 quem vinha do primeiro trimestre da pandemia.

É muito ruim, pois mostra que o crescimento está pegando empurrado.

Claro que, na visão do governo, agora vai. O secretário Rogerio Boueri afirma que medidas de consolidação fiscal já feita tem certeza de que o crescimento deve ser de pelo menos 1,5% em 2022.

Ele diz que os fundamentos da recuperação e a resiliência do Brasil aos dois choques (pandemia da covid-19 e guerra na Ucrânia) estão associados às medidas de consolidação fiscal já feita pelo governo e de reformas.

Pouca gente acha que o que o secretário chama de “medidas de consolidação fiscal já feita” estão direção certa. Pelo contrário o medo é que no segundo semestre

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