Scania faz 65 anos e lembra o icônico L75, o caminhão que era sonho dos motoristas de carga do País

Nesta sábado (2), a empresa sueca Scania completa 65 anos de presença no Brasil. Para comemorar, o chamado Jubileu de Safira, a montadora está apresentando ao mercado uma edição comemorativa, com uma serie de apenas 265 unidades de modelos pesados (RH 450 4×2 e 6×2, de 450 cavalos de potência, e RH 540 6×4, de 540 cavalos) ao preço básico de R$ 500 mil.

O Scania é certamente o caminhão pesado mais icônico do Brasil. Não apenas porque foi introdutor de uma nova tecnologia, mas porque sua performance se tornou uma referência do antigo caminhoneiro autônomo.

Ainda mais porque, na célebre serie Carga Pesada, do caminhão de Pedro e Bino, era desde a primeira temporada um modelo Scania Vabis que percorria as estradas.

 

A Scania é conhecida por seu pioneirismo e inovação na indústria automotiva, e ela virou referencia no mercado nacional quando abriu a primeira fábrica fora da Suécia, em 1962, em São Paulo, quando a região que hoje está instalada era apenas uma grande área rural.

E a marca se tornou referência pelo pacote de soluções que propiciam rentabilidade e disponibilidade para clientes de caminhões, ônibus e de motores industriais, marítimos e para geração de energia. Mas o que ninguém esquece é o icônico L75 - o caminhão cor laranja que era o sonho de muita criança.

Tudo começou ainda em 1957, quando a empresa carregava o nome Scania-Vabis do Brasil S/A. Na época, os veículos vinham desmontados da Suécia e ficavam sob responsabilidade da Vemag, marca que os comercializava em São Paulo.

Só a partir da década de 1960, foi que a Scania passou a produzir integralmente seus caminhões e ônibus na fábrica inaugurada em 1962, em São Bernardo do Campo (SP), então o novo pólo da industrialização nacional.

A fábrica do ABC paulista, primeira unidade industrial para a produção de caminhões, ônibus e motores da Scania fora da Suécia, virou uma referência.

Quando se olha a linha do tempo da Scania no Brasil, se vê a importância do L 75, lançado em 1958, e que mudou o conceito da oferta de caminhão no País. Essa série foi tão importante que durou ate 1981, quando em abril saiu o último L produzido no Brasil e, em Julho do mesmo ano, o último LK.

Foi o L75, por exemplo, quem introduziu a direção hidráulica, em 1963, no ônibus B76, e a suspensão pneumática no eixo traseiro dos ônibus, em 1968

Em 1974, a empresa surpreendeu o mercado com a inauguração da cabina “cara-chata” com o LK 140. Foi uma mudança radical para quem estava acostumado com o caminhão de motor na frente da carroceria. Em 1978 chegou o primeiro articulado do País (B 111 RS).

Existem fatos emblemáticos. Em 1973, a frota da Viação Cometa passou a ser totalmente padronizada com veículos da Scania, sua fornecedora exclusiva desde 1968.

Em 2011, a marca passa a comercializar os motores Euro 5, com a venda dos primeiros ônibus a etanol e o lançamento na América Latina do caminhão movido a este combustível.

Em 2015, aconteceu o lançamento do ônibus biarticulado, o primeiro com motor dianteiro; o ano de 2016 foi marcado pela chegada do primeiro ônibus nacional movido a GNV e/ou biometano.

Fábio Souza, vice-presidente e diretor-geral das Operações Comerciais da Scania no Brasil, fala uma coisa interessante: “Se você observar a história de conexão profunda da Scania com o Brasil e com o povo brasileiro, você pode constatar que nossos caminhões e ônibus estão presentes nas estradas, nos jornais, nas revistas, em fotos, livros, vídeos, portais e redes sociais, ajudando o progresso brasileiro ao longo dessas seis décadas".

ÔNIBUS URBANO DA CMTC

 

Quando em 1985 entrou em operação o novo ônibus da Scania K 112, e a empresa, com o modelo de ônibus, venceu uma concorrência pública aberta pela Prefeitura de São Paulo para o fornecimento de 210 unidades, o Brasil começou a usar a expressão “Padron” para designar uma nova categoria de ônibus urbano.

A CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos recebeu 112 unidades em 1985 e mais 98 no primeiro semestre de 1986, sendo usados nos corredores de transporte de grande fluxo de passageiros.
E essa mudança de conceito foi que levou a que em 2001 fosse lançado o ônibus de 15 metros (L 94 IB 6×24 NB) o primeiro do gênero no País, uma alternativa aos ônibus articulados nos corredores e nas grandes vias.

Com mais capacidade, para 100 passageiros, ele também tinha o inédito terceiro eixo direcional, que aumenta a capacidade de realizar manobras e diminui o desgaste dos pneus e os danos ao asfalto.

Este ano a empresa está lançando a série especial comemorativa de 65 anos de Brasil, deixando disponível os modelos pesados RH 450 4×2 e 6×2, de 450 cavalos de potência, e RH 540 6×4, de 540 cavalos. Os motores de ambos são de 13 litros Euro 5.

A Scania seguiu a estratégia da última edição especial, a Heróis da Estrada, de 2020, que de forma inédita trouxe a solução completa com produto, serviços e alternativa financeira.

Essa edição comemorativa de 65 anos está equipada com teto alto, defletores, saia lateral, pintura na cor Nardo Gray, exclusiva e customizada na saia lateral, nos paralamas e retrovisores.

Completam os itens, que tornam a edição 65 anos imperdível, os faróis de milha no teto e na grade, geladeira, faróis H7, climatizador e rodas de aço preta, além do Pacote Clássico (customizável).

CAMINHÃO DE PEDRO E BINO

Carga Pesada foi uma série de televisão da Rede Globo que contava as aventuras da dupla de caminhoneiros Pedro e Bino durante suas viagens pelo Brasil.

A primeira temporada foi transmitida pela primeira vez em 22 de maio de 1979 e o último episódio foi transmitido dia 2 de janeiro de 1981. Em 29 de abril de 2003, a segunda temporada começou a ser exibida e foi até 7 de setembro de 2007.

Um dos caminhões usados foi um Scania LK141 V8, após o término da série, foi vendido para a empresa Nacional Michelon, onde permaneceu trabalhando até que, no ano de 1991, foi vendido para um funcionário da própria empresa.

Em 2015, o Scania LK141 foi encontrado pelo historiador Dsqui Pontes, que procurava o veículo há cerca de 5 anos. O caminhão então foi reformado e permanece com o historiador. Nas gravações, também foi utilizado a cabine de um LK141, montada sobre um chassi.