Semp troca os japoneses da Toshiba pelos chineses da TCL e volta a liderar mercado de televisores de LED
A chinesa TCL é um player que nasceu em 1985 em Huizhou, Guangdong, na China, e rapidamente conquistou o mercado internacional de eletrônicos pelo que agregou de novas tecnologias
Para quem se acostumou com a associação da marca brasileira Semp com a japonesa Toshiba, viu com certa surpresa quando, em 2016, a companhia decidiu se juntar a outro parceiro asiático para dar um novo gás no seu negócio de TV. Agora como SEMP TCL, a pioneira do mercado brasileiro de eletroeletrônicos, segue sua trajetória incessante de inovação.
Na verdade, ela foi a responsável pela fabricação dos primeiros aparelhos de TV e de rádio no Brasil.
Semp Toshiba, cuja parceira durou de 1977 a 2012, viraram uma espécie de queijo com goiabada do setor de eletrônicos e eram quase uma palavra composta.
De fato. A empresa brasileira Semp manteve essa parceria que lhe rendeu mais de uma década (1996-2007) de liderança absoluta até que outros entrassem no Brasil com novos produtos, de modo que a marca foi minguando até que, em 2012, o casamento de 35 anos foi desfeito amigavelmente.
A Semp voltou a ser Semp até porque mantém uma mega planta na Zona Franca de Manaus, de onde vêm milhões de aparelhos de TV e eletrônicos.
Mas, como todo "bom partido", acabou encontrando um jovem parceiro que lhe propôs namoro até que virou casamento.
A chinesa TCL é um player que nasceu em 1985 em Huizhou, Guangdong, na China, e rapidamente conquistou o mercado internacional de eletrônicos, pelo que agregou de novas tecnologias.
Ao “casar-se” em 2016 com senhora que em 2022 está completando 80 anos, ela trouxe um sopro de modernidade que em pouquíssimo tempo virou vice-líder e este ano passou a disputar com a gigante coreana Samsung em cada ponto de venda.
Tradicionalmente, o setor de eletrônicos tem grandes distribuidores, grandes varejistas e vende um pequeno percentual de sua produção diretamente.
A Semp nunca atuou dessa maneira. Ela sempre pulverizou suas vendas em milhares de pequenos varejistas. Isso a livrou de todas as grandes quebradeiras no setor no Brasil.
Ela tem nada menos que cinco mil clientes ativos em milhares de municípios. Das eletrônicas, ela é disparado a que melhor captura o pulso do mercado.
Na verdade, nesses 80 anos, a Semp já vendeu literalmente todos os produtos de TV e som e foi dona de um consórcio que, nos tempos da inflação galopante, era a forma da classe C, D e E comprar TV e conjuntos de som para tocar disco de vinil feitos na Zona Franca de Manaus.
Quando se juntou com a Toshiba, virou líder e ficou por décadas ganhando muito dinheiro, especialmente quando liderou por 10 anos o segmento de TV. Agora com a chinesa TCL, a Semp volta a ser líder.
Na verdade, os concorrentes reconhecem que ela entende muito do mercado brasileiro.
Por isso, quando os chineses da Tecnology Company Limited (no início, a TCL era referida como um acrônimo para "True China Lion"), eles chegaram no Brasil com a Semp e foi fácil desenvolver uma ocupação pelas franjas do setor, enquanto os concorrentes ouviam desaforos dos grandes varejistas.
Com a pandemia, a Semp TCL “comeu” parte do mercado, deixando outros asiáticos fora da disputa.
Segundo Maximiliano Dominguez, diretor de Engenharia e Produto da SEMP TCL, que está na companhia desde os tempos da Toshiba, a TCL trouxe um modelo horizontal que a Semp já conhecia com o diferencial de ter produtos.
Ela está na Eletrolar 2022 com a maior TV do Brasil, com astronômicas 98 polegadas, que exige do cliente sala de no mínimo 10 metros, mas aposta numa linha de TV de LED que atende todos os nichos.
E ainda outros lançamentos de produtos SEMP TCL e outros que definem o conceito que guia uma marca das categorias de TV, ar-condicionado e aparelhos de som (Soundbar), criados para melhorar a capacidade de áudio das TVs de tela plana, sejam elas de LCD, LED ou Plasma.
Para Dorneles, o diferencial da TCL é que ela tem retaguarda.
Ela tem também preço. E isso foi determinante quando, na pandemia, ela explodiu atacarem centenas de cidades com centenas de pequenos varejistas esnobados pela concorrência focada nas grandes redes.
A empresa vem crescendo e ano passado os chineses decidiram pagar o dote e ficar com o controle da Semp. Foi uma fase da joint venture, agora com a líder global em Android TVs e segunda maior fabricante de televisores do mundo, passando a empresa a se chamar SEMP TCL e a oferecer ao mercado brasileiro produtos de duas grandes marcas: SEMP e TCL.
Mas chinesa não tem interesse de virar somente TCL. Ao menos até agora.
Assim como Semp Toshiba era um cartão de visitas para os centenários japoneses, a marca Semp TCL é uma grande marca para a chinesa de apenas 35 anos.
Segundo Maximiliano Dorneles, no mercado de eletrônicos não existe espaços para novatos se não tiveram condições de provar diante de marcas globais.
A TCL é um gigante jovem e altamente conectado com gente como o Google TV e outros gigantes, nada como chegar com uma empresa de 80 anos num setor cuja marca é a inovação. Em 2012, foi considerada a 25ª maior produtora de produtos eletrônicos para o consumo. Em 2013, já era a terceira maior fabricante de televisores por quota de mercado.
Nesta semana na Eletrolar 2022, a SEMP TCL lançou nove modelos de smart TVs que vão integrar o portfólio nacional da empresa. Os novos produtos possuem as tecnologias QLED e QLED Mini LED e os sistemas operacionais Google TV ou Roku TV.
O principal destaque entre os lançamentos é a nova TCL C735, com painel QLED de resolução 4K HDR, taxa de atualização de 120 Hz e 98 polegadas, sendo a maior TV disponível no mercado brasileiro hoje, de acordo com a TCL.
Segundo Dominguez, “a TCL desenvolveu um tipo exclusivo de Mini LED que reduz o efeito HALO e proporciona menos vazamento de luz para garantir um preto profundo, sem interferência das imagens coloridas, além de contar com mais zonas de local dimming. Esse é um grande diferencial que oferecemos aos consumidores, para que tenham a melhor experiência com nossos produtos.”
Mas já em 2019, ela consolidou sua parceria de maior relevância no âmbito esportivo, após a união com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para patrocínio da Seleção Brasileira de Futebol.
E ainda patrocinar como embaixador de alta relevância no surfe e no futebol, com Gabriel Medina, Tatiana Weston-Webb, Sophia Medina, Ryan, Kainalo e Rodrygo Goes.