Cidade do Porto tem sistema de ônibus estatal que funciona e tem frota nova movida a gás natural e eletricidade
Empresa tem 140 anos e voltou a ser estatal (controlada por um conjunto de municípios ao redor do Porto), operando uma nova frota antipoluente
Segunda cidade mais importante de Portugal, depois da capital Lisboa, o Porto, com 250 mil habitantes, se orgulha de ter uma economia forte e uma gestão municipal que é referência para qualidade dos serviços de limpeza e de apoio ao turismo.
Mas, nos últimos anos, o serviço de transporte urbano vem se destacando pela qualidade da frota movida a gás natural e a eletricidade, que atende também as cidades vizinhas de Matosinhos e Maia, Gondomar e Vila Nova de Gaia, numa população de aproximadamente 500 mil pessoas, que contam com os serviços de Metrô e trens intermunicipais. No ano passado, o sistema transportou 50 milhões de pessoas.
De fato, o Porto tem uma frota nova e moderna, e um suporte ao passageiro que impressiona, especialmente, aos brasileiros acostumados a um serviço por ônibus que está a quilômetros do Porto e sua Área Metropolitana.
Para quem acredita que o sistema funciona bem porque é privado, é importante saber que ele é estatal. Desde janeiro de 2021 que se concretizou a intermunicipalização da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), com a transmissão da totalidade das ações representativas do capital social da STCP, do Estado para os Municípios de Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Valongo e Vila Nova de Gaia. A STCP passou se chamar Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, E.I.M., S.A.
A STPC tem uma frota de 444 ônibus, onde 83% (381) são movidos a gás natural e 6% (28) a energia elétrica, e apenas 35 ainda movido a diesel. A empresa tem 1.333 profissionais, e esse ano deve faturar 76 milhões de Euros com expectativa de 80 milhões de Euros em 2023 e 83 milhões em 2024. A previsão de reajustes das tarifas é de 1,1% ano que vem.
No final do ano passado, quando o processo de renovação de frota foi concluído, a maior operadora de transportes públicos da AMP (Área Metropolitana do Porto) colocou em operação 274 novas viaturas, movidas a gás natural e elétricas. O processo de substituição da frota começou em 2018, visando ter toda frota movida a gás natural e eletricidade.
Como resultado da renovação da frota, a STCP tem vindo a reduzir significativamente as emissões de CO2 dos seus veículos. Menos 2 mil toneladas de emissões de CO2 foram propagadas em 2020, comparativamente a 2019.
Estima-se ainda que a eletricidade, proveniente apenas de fontes renováveis, utilizada na operação e nas instalações da empresa tenha evitado a emissão de 1125 toneladas CO2 no ano passado.
Uma coisa que chama a atenção é que a nova frota vem atraindo publicidade como um novo serviço, a STCP conta já com empresas como o Coliseu do Porto, Continente, OmDesign, Sogrape, Trofa Saúde, Unicer e Vodafone.
O resultado disso é um sistema que funciona e com os ônibus que passam no horário previsto. A empresa oferece um app (move-me.amp), disponível na App Store (para Iphone) ou na Play Store (para Android), que permite consultar as próximas paradas das linhas
O sistema permite a compra de passagens mensais de 30 Euros para a uso na cidade e 40 Euro para toda Área Metropolitana. As passagens pagas nos veículos custam entre 1,2 Euro e 4,05 Euros no município e de 4,20 a 13,90 Euros na Área Metropolitana. Para turistas existe um bilhete que custa 7 Euros.
Este ano, a empresa está comemorando 140 anos de operações.
Na verdade, os transportes coletivos nesta cidade remontam, no entanto, a 1872, ano em que a "Companhia Carril Americano do Porto" foi iniciadora em Portugal da sua exploração.
A designação do Serviço de Transportes Colectivos do Porto surgiu em 1946, com o Resgate da Concessão feita pela Câmara Municipal do Porto a um grupo de empresários, para o transporte de pessoas. Esta concessão durou 40 anos. Mas em 1994 dá-se a passagem a sociedade anônima (de capitais exclusivamente públicos), passando a designar-se Sociedade de Transporte Colectivos do Porto, S.A.