Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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Futuro presidente da Eletrobras prevê maior governança e alto índice de investimentos no setor elétrico

Wilson Ferreira Júnior disse que o Brasil, com o pré-sal, tende a construir uma matriz diferenciada

Fernando Castilho
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Publicado em 17/08/2022 às 12:51 | Atualizado em 17/08/2022 às 15:38
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Wilson Ferreira Júnior, presidente eleito da Eletrobras - FOTO: Tião Siqueira/JC Imagem
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Presidente-eleito da Eletrobras (tomará posse dia 16 de setembro), o atual presidente da Vibra Energia, Wilson Ferreira Júnior, acredita que o futuro da empresa está diretamente ligado ao conceito de uma empresa "corporation", onde não existe a figura do dono, mas é equipada com uma governança que a torna muito eficiente. A Vibra Energia é líder no mercado brasileiro de distribuição de combustíveis e lubrificantes.

Com a capitalização da Eletrobras, o governo federal deixou de ser o acionista majoritário e com a entrada de novos sócios (inclusive os trabalhadores com o FGTS), a companhia agora tem aproximadamente 500 mil acionistas.

Ferreira Júnior foi o executivo que organizou o processo de ajuste na Eletrobras, que a levou a capitalização no mês de junho. Ele foi levado para a antiga BR Distribuidora, quando ela foi privatizada e que se transformou na atual Vibra Energia.

Entre as ações que desenvolveu está a produção e comercialização de combustível sustentável de aviação, conhecido como SAF (Combustível Sustentável de Aviação). A empresa também criou um hub de "open innovation" e disseminação do intraempreendedorismo, com expectativa de investir entre R$ 140 e 160 milhões em diferentes domínios de inovação nos próximos anos.

Ele volta à Eletrobras eleito pelos novos acionistas com a missão de torná-la uma empresa de energia rentável e capaz de ampliar fortemente o nível de investimento através de suas subsidiárias, entre elas a Chesf.

Wilson Ferreira Júnior esteve na manhã desta quarta-feira no Sistema Jornal de Commercio de Comunicação, onde conversou com os jornalistas ainda na condição de presidente da Vibra Energia e lembrou que, até a posse, será apenas o presidente eleito, não podendo falar em nome da Eletrobras, ainda.

Ele veio ao Recife convidado pelo Experience Club Nordeste, onde falou para um grupo de 100 empresários.

Ferreira Júnior afirmou que está muito feliz com os resultados que entregou na Vibra, que de uma distribuidora, virou uma companhia energia de biocombustíveis.

A empresa está envolvida com empreendimentos que vão do desenvolvimento de biometano a partir da vinhaça e etanol, além de participar da geração de energia eólica e solar.

Ferreira Júnior estima que o Brasil - que já é o segundo país do mundo na produção de energia limpa – continuará sendo um player, porque sua carbonização é 10% do que o mundo produz hoje.

"O futuro do Brasil é de ser um líder na produção de energia limpa, não apenas porque tem 85% de sua matriz renovável, mas porque o potencial de matrizes como solar e eólica o habilitam a liderar esse processo", disse o executivo.

Segundo o executivo, o Brasil é um país diferencial, inclusive no uso dos combustíveis fósseis, porque aqui nós adicionamos etanol na gasolina e óleo vegetal no óleo diesel. Isso nos torna diferenciado na matriz global, mesmo usando combustíveis fósseis.

"Nós vamos liderar porque o nosso potencial de eólica só está sendo usado em apenas 10% do que podemos gerar, mas porque a energia solar nos habilita para que essa energia ganhe espaço na produção geral de nossa energia".

Ferreira Junior disse que o Brasil, com o pré-sal, tende a construir uma matriz diferenciada, pois poderá combinar a geração térmica (que é a energia firme) a gás natural, com o parque de energia renovável que já possui e está construindo.

Ainda segundo o executivo, o diferencial do Brasil com o pré-sal é o de ser um grande gerador de energia em bases completamente diferentes do que geramos com as térmicas do apagão, cujos contratos estão se encerrando em 2025. Isso abre a perspectiva de uma nova geração de térmicas mais limpas e da eliminação de fontes sujas.

O futuro presidente da Eletrobras disse que a tendência da nova gestão que ele vai liderar é que seja mais rápida nas decisões de investimento e aproveitamento do potencial que as empresas espalhadas pelo Brasil possam ser efetivadas em menor tempo.

Aos jornalistas do SJCC, ele lembrou que quando presidiu a companhia, seu valor de mercado era de apenas R$ 15 bilhões. Em função das medidas de ajuste após a capitalização, ela já está em torno de R$ 100 bilhões.

Ele destacou o fato de que a empresa tem agora uma presença importante de trabalhadores como seu acionista, através do FGTS.

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