A partir de amanhã até sexta-feira, Pernambuco sedia, pela primeira vez, uma edição do Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred). É o maior evento do setor da América Latina, no Centro de Convenções. O tema central do encontro é “Futuros Plurais e a Essência Humana: horizontes do Cooperativismo Financeiro rumo à Sociedade 5.0”.
Com 818 associadas, atualmente, as cooperativas se tornaram a maior rede de atendimento entre as instituições financeiras do país, com mais de 7,2 mil pontos físicos.
A expectativa, segundo a Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras), é de finalizar 2022 com 1,3 mil postos de atendimento de cooperativas a mais do que os números do ano passado.
Para o presidente da Confebras, Moacir Krambeck, o Concred, ao longo destes anos, tem levado a mensagem mais importante do cooperativismo: as cooperativas são feitas por pessoas e para pessoas.
De dezembro de 2020 a dezembro de 2021, houve aumento de cooperados de 14,46%. Isso corresponde a número expressivo de novos associados, mais de 1,8 milhão. A expectativa é de finalizar 2022 com 1,3 mil postos de atendimento de cooperativas a mais do que os números do ano passado (2021)
Por ocasião do Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred), haverá uma grande exposição sobre os 120 anos do cooperativismo no Brasil, com grandes painéis com linhas do tempo, fotos e outras ilustrações.
Telas digitais de grandes formatos vão contar a história, promovendo a interação com as pessoas no local. E ainda exposição de objetos simbólicos e um Espaço Cultural, onde teremos uma sessão de cinema apresentando um curta que mostra como a força da cooperação pode mudar realidades
O Sebrae também participará do 14º Concred mostrando sua atuação junto a micro e pequenas empresas e cooperativas de crédito parcerios de longa data. O Sebrae vai ter um espaço especial na Feira de Negócios Cooperativistas.
Um estudo desenvolvido pelo Sicredi, Instituição Financeira Cooperativa presente em todos os estados e Distrito Federal e com mais de 6 milhões de associados, revelou que o cooperativismo de crédito vem se destacando ao promover inclusão financeira e levar serviços financeiros completos aos locais onde as demais instituições não estão presentes.
O estudo “Benefícios do Cooperativismo de Crédito” avaliou a atuação dos bancos privados, públicos federais e regionais, e instituições financeiras cooperativas entre 2010 e 2018, gerando índices que mostram o nível de dificuldade para a atuação física das instituições em cada município e como elas se comportam nesse cenário.
Comparada às demais, a rede de atendimento cooperativo está em locais de mais difícil bancarização, ou seja, em regiões que são mais complexas para a rede bancária conseguir operar.
NOVA LEGISLAÇÃO DE CRÉDITO*
Um dia após passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o projeto de lei complementar que prevê a reformulação do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (PLP 27/2020) foi aprovado pelo Plenário do Senado e seguiu para sanção presidencial. Eram necessários 41 votos para a aprovação. Ao todo, o projeto recebeu o apoio de 66 senadores.
O texto torna impenhoráveis as quotas-parte de capital das cooperativas de crédito; permite o pagamento de bônus e prêmios para a atração de novos associados; e inclui as confederações de serviços no sistema.
Proveniente da Câmara dos Deputados, a proposta recebeu parecer favorável do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), com o acréscimo de uma emenda de redação.
Vanderlan agradeceu o apoio dos senadores e destacou que as cooperativas tanto pela capilaridade quanto por trabalhar com juros mais baixos que os bancos têm sido fundamentais para garantir crédito para pequenos empresários.
As cooperativas de crédito possuem atualmente a maior rede de atendimento entre as instituições financeiras do país, com mais de 7,6 mil pontos físicos. São, de acordo com esse levantamento, a única opção disponível em 264 municípios do país.
O projeto altera a Lei Complementar 130, de 2009 (que instituiu o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo - SNCC) sob três perspectivas: atividades e negócios; organização sistêmica; e gestão e governança do modelo.
O texto permite a gestão de recursos oficiais ou de fundos públicos ou privados por cooperativas de crédito, contanto que sejam para concessão de garantias aos associados em operações com a própria cooperativa gestora ou com terceiros.
O SNCC é composto por cooperativas de crédito, que são instituições financeiras formadas pela associação de pessoas para prestar serviços financeiros exclusivamente aos seus associados. Estes, por sua vez, agem como donos e como usuários ao mesmo tempo: participam da gestão da cooperativa e usufruem de seus produtos e serviços (como conta corrente, aplicações financeiras, cartões de crédito, empréstimos e financiamentos).
O relator apresentou apenas uma emenda ao texto, com o objetivo de especificar na ementa que o projeto se destina a “incluir as confederações de serviço constituídas por cooperativas centrais de crédito entre as instituições integrantes do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo e entre as instituições a serem autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil”.
(*)Informações da Agência Senado