Construção Civil ainda aguarda mais informações para uso no FGTS futuro no Programa Casa Verde Amarela
Portaria prevê que valores do FGTS ficariam bloqueados para o trabalhador que optar por esse tipo de financiamento. O governo para dar vazão ao estoque de imóveis construídos e não vendidos.
O setor da construção civil reagiu com cuidado ao anuncio de uma nova modalidade de saque do FGTS desta vez para que no contrato de financiamento o mutuário possa incluir o valor das contribuições que vai receber no futuro como garantia de um financiamento de um imóvel financiado dentro das regras do Programa Casa Verde Amarela.
A primeira é que a Portaria Nº 2. 745, de 5 de setembro de 2022 só começa a valer no Casa Verde e Amarela a partir de 2023, porque será necessário 120 dias até que os bancos iniciem esta operação.
Embora a expectativa, de acordo com o secretário nacional de Habitação da pasta, Alfredo Santos, é de que com essa medida o número de unidades financiadas pelo programa seja ampliado em 80 mil.
Ele considera os primeiros 12 meses a partir da vigência do projeto. Sendo que o Conselho Curador do FGTS será o responsável por definir os detalhes desta proposta.
No mercado a medida é vista como mais um ajuda. Mas certamente não será capaz de alavancar muito as vendas devido as dificuldades com a renda do possível comparador.
O incorporado e presidente da Ademi-PE Avelar Loureiro disse que ela aumenta a capacidade de crédito, pois funciona como um aumento da renda. E por que os depósitos mensais futuros serão incorporados à renda. Mas segundo ele é um paliativo para a perda atual de renda do cliente.
Uma das restrições que ainda vão precisar de apreciação é o fato de apenas famílias com renda mensal bruta limitada a R$ 4.400 terem direito a usar o FGTS futuro para a compra de imóveis. Além disso, as condições valem apenas para a aquisição de um imóvel por beneficiário do programa.
Ele defende que a Caixa inclua imóveis usados no programa “Minha casa, minha vida”, transferindo para as unidades de segunda mão os mesmos incentivos concedidos para os imóveis novos, como subsídio (desconto), fundo garantidor e redução dos custos cartorários e de seguro.
A ideia partiu do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci), que enviou as reivindicações diretamente ao presidente Lula.
O diretor da área de imóveis subsidiados da Paulo Miranda Imovéis, Paulo Miranda Filho, avalia que a portaria é uma forma de incentivar ó setor, mas lhe preocupa como é que seria feita a gestão dessa conta da Caixa junto aos clientes.
“Porque seria uma forma de estar contando com apenas uma possibilidade futura. Um empregado pode ser demitido mesmo gozando de atenção na empresa onde trabalha. E ao ser demitido do emprego ele estará acumulando dívida. E esse será um problema para a Caixa” diz.
Para o corretor tudo que venha a agregar mais possibilidade e capacidade de o cliente poder conseguir realizar o sonho da casa própria é bem vinda, diz o corretor de imóveis.
E até mesmo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção preferiu ouvir na sua live semanal “Quintas da CBIC”, para debater “Nova gestão da Caixa Econômica Federal e os avanços das medidas implementadas no programa Casa Verde e Amarela” com a presidente da Caixa, Daniella Marques.
A nova presidente do banco, Daniella Marques tomou posse em julho deste ano. Durante o evento, a executiva deve apresentar informações sobre medidas para o programa habitacional, além de pontos como a ampliação do prazo de financiamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para 35 anos.
Na semana passada a caixa passou a oferecer novo prazo para financiamento imobiliário do programa Casa Verde e Amarela (CVA). Agora, o pagamento pode ser feito em até 35 anos.
Antes o limite era de 30 anos. Com prazo maior será possível, para famílias com renda de até R$ 8 mil, diluir o valor das parcelas do imóvel ao longo do tempo, gerando uma redução de 5,0% a 7,5 % no valor da prestação.