Na COP27, mundo estenderá "tapete verde" a Lula como resposta a Bolsonaro pelo despreso dele com o clima
Lula tem uma enorme capacidade de articulação, mas sempre teve a sorte de o mundo conspirar a favor dele. No Egito vai receber atenções especial.
Em política, um fator decisivo é saber se colocar no lugar certo, na hora certa, de modo a que a sorte ajude. É um pouco mais daquele slogan da Loterias Caixa Econômica de que "sorte tem quem acredita nela".
Lula tem uma enorme capacidade de articulação, mas sempre teve a sorte de o mundo conspirar a favor dele.
O fato de o presidente do Egito Abdel Fatah al-Sissi convidar Lula para COP27 está nesse pacote de coisas que acontecem em favor de Lula. No meio da guerra da Ucrânia com a Rússia onde o discurso das fontes renováveis de energia foi para o espaço com os países que formaram a aliança contra Vladimir Putin religando usina atômica, acionado mais termelétrica e até ampliando o uso de carvão, Lula pode ser aquele elemento que fará o mundo a voltar a se interessar sobre do tema.
Desde a RIO 1992, quando o Brasil sediou a conferência mundial e ampliou o debate internacional sobre problemas ambientais iniciado no final dos anos 1960, a sequencia desse tipo de eventos vem perdendo importância.
E mesmo a depois do sucesso da 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (a COP-21 da Convenção do Clima, UNFCCC na sigla em inglês), realizada em Paris, o tema andou meio morno. A guerra de 2022 vai atrasar por anos alguma posição mais global sobre o clima.
E a COP27 que será sema que vem no Egito estava sem espaço na mídia mesmo.
A eleição de Lula foi quase um achado para Abdel Fatah al-Sissi. Imagina a volta do presidente que tem no currículo de seus governos ações efetivas e importantes no setor.
Ele só esperou o TSE confirmar para chamar Lula que deve ter na comitiva dois novos referenciais de seu futuro governo como a deputada Marina da Silva e senadora Simone Tebet.
Com as agressões de Jair Bolsonaro, Ricardo Sales e Ernesto Araújo ao meio ambiente nos seus quatro anos de governo, o mundo ecológico vai à forra. Especialmente, os paises da União Européia. Lula vai ser incensado por tudo quando ecologista de plantão.
Verdade seja dita. O Brasil até Bolsonaro tinha mesmo ganhado autoridade no tema meio ambiente. Sempre foi respeitado até que o novo governo brasileiro entrou numa vibe de desconstruir tudo que tinha feito por décadas sem colocar nada no lugar.
Aqui no Brasil, um país que, certa vez, a senhora nascida na Ucrânia, Golda Meir, ex-primeira-ministra de Israel, definiu como um lugar de “muita água” revelando sua preocupação com o insumo estratégico, a gente não dar valor a água mesmo. E o Brasil é muito rico de água doce a muito perdulário mesmo.
Então, em 2009, chega Lula com a grife da Marina Silva e Gilberto Gil na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) realizada na Dinamarca é uma festa para os ambientalistas.
Meses depois de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, revelar ao mundo ter um brother (irmão) no G-20: Luiz Inácio Lula da Silva na Cúpula de Londres numa revelação foi captada pela rede de TV britânica BBC: "Eu adoro esse cara!", disse o americano a colegas, após um íntimo aperto de mão com o brasileiro.
Obama, com se sabe, disse anos depois na sua biografia que Lula tinha “escrúpulos de um chefão do Tammany Hall, e circulavam boatos de clientelismo governamental, negócios por baixo do pano e propinas na casa dos bilhões", mas a imagem que se tem é Obama dizendo que lula “é o cara”.
Então, quando ele é convidado para COP 27 tudo leva a crer que ele vai ser a estrela do evento no Egito. Vai ter lista de gente querendo fazer foto junto de Lula até para dizer que não teve foto com Bolsonaro. Especiallmente, Joe Biden.
Lula sabe que internacionalmente o mundo vai lhe estender o tapete verde. E todos os países que brigaram como Bolsonaro vai querer estar junto dele.
O problema de Lula é organizar as coisas no Brasil.
E não vai ser fácil.