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Erguido na beira de um cais, complexo Porto Novo exigiu tecnologias da Espanha, Alemanha e mudança de métodos construtivos brasileiros

Se a Prefeitura do Recife ajudar, o complexo poderá ter uma alameda de acesso ao Mercado de São José, que está posicionado numa linha reta em relação à portaria central do hotel

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Fernando Castilho

Publicado em 12/11/2022 às 16:00 | Atualizado em 12/11/2022 às 18:19
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Daqui a um ano, o Recife vai receber um de seus mais importantes equipamentos para o setor de turismo, com a inauguração, no Cais de Santa Rita, do Complexo Porto Novo, que compreende um hotel de 320 quartos gerenciado pela bandeira Accor, um marina de classe internacional com capacidade para 170 barcos e um centro de convenções com 8 mil m² de áreas de eventos e pavilhão de feiras.

O complexo vai custar 150 milhões, num empreendimento que reúne as empresas Máxxima Empreendimentos, Excelsior Seguros, Hima Participações e GL Empreendimentos e que contou com financiamento do Banco do Nordeste.

O projeto é do arquiteto Jerônimo da Cunha Lima, que concebeu um edifício com um formato diferenciado, cuja área construída em cinco pavimentos incluído o piso solo e um roof-top com o cumprimento total de 150 metros - que equivaleria a uma torre de 48 andares se fosse erguido de forma vertical.

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Projeto Porto Nvo Cais de Santa - FERNANDO CASTILHO

O projeto vai mudar o entorno do Cais de Santa Rita, uma vez que ele está conectado ao Recife Antigo pela ponte que acessa o bairro descortinado dos apartamentos do hotel, metade eles voltados para o mar, além da visão no Porto do Recife e da futura marina. No sentido oposto, a visão é do Centro de Convenções, do bairro e do Mercado de São José.

Se a Prefeitura do Recife ajudar, o complexo poderá ter uma alameda de acesso ao Mercado de São José, que está posicionado numa linha reta em relação à portaria central do hotel.

A proposta dos empreendedores é a desapropriação de um terreno oposto ao atual mercado auxiliar do Mercado de São José, que seria transformado numa alameda conectando o complexo ao centenário mercado.

A PCR ainda não definiu se aceita a sugestão.

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Peças da futura marina na frente do hotel - FERNANDO CASTILHO

Segundo o presidente da construtora Tecla, que desenvolve o empreendimento, Rogério Castro e Silva, o projeto Porto Novo proporcionou a incorporação de uma novo pacote de tecnologia embarcada na marina, cujo projeto executivo de definição e produção de matérias foi feito pela M3 Marinas, com sede em Barcelona, na Espanha, que trouxe ao Brasil o que de melhor está sendo usado internacionalmente.

Essa tecnologia incorpora perfil de alumínio e madeira sintética no conjunto de píer que funcionam de modo ao comportamento das marés, facilitando acesso as embarcações. Esse modelo exigiu a construção de um sistema de blocos flutuantes de isopor revestidos por uma camada de cinco centímetros de concreto cuja composição exigiu um formulação especial para suportar a agressão da maresia.

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Paret do futurp deck da marina internacional do projeto Porto Novo - FERNANDO CASTILHO

A M3 Marinas forneceu os perfil de alumínio que serão instalados nos próximos meses. Uma atenção especial foi a cravação das estacas metálicas que ancoram o pier da marina, que precisou de uma série de cuidados em função da movimentação das marés e do tráfego de embarcações no canal de acesso ao porto.

A marina será administrada por uma empresa do consórcio que construiu o complexo e vai funcionar 24 horas com serviços de apoio, além de estar conectada ao hotel que será gerido pela rede Acoor, que desde o começo do ano está atuando dentro do projeto num sentido de definir especificidades do hotel classificado na categoria quatro estrelas.

Segundo Rogério Castro e Silva, a Tecla está trazendo da empresa CMC Modular de São Paulo o conjunto de banheiros prontos que são içados e fixados no apartamentos. Esse formato está despertando a atenção de várias empresas do setor de construção no Recife pela facilidade e definição de padrões construtivas.

Segundo a empresa, o modelo de banheiro pronto pode ser feito dos edifícios de alto luxo a imóveis no padrão Minha Casa Minha Vida.

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Rogério Castro e Silva, presidente da Construtora Tecla que está desenvolvendo o projeto - FERNANDO CASTILHO

Outra tecnologia que está sendo importada é o conjunto de perfil de alumínio e pele de vidro trazidos pela empresa alemã Schüco, que já fornece para edifícios de luxo no Brasil. Os perfil do hotel terão alumínio que suporta melhor o ataque da maresia que ataca o edifício diretamente.

A Tecla também está usando uma grande combinação de concreto com perfil de aço que torna o edifício mais leve, além de facilitar o conceito do projeto de Jeronimo da Cunha Lima, que concebeu um edifício que com um grau de inclinação de 59º suportados por um conjunto de 23 pórticos que permitem ambientes com ampla visão do mar.

O hotel terá três restaurantes sendo dois do próprio hotel, inclusive o localizado na cobertura onde está a piscina e que estará aberto ao público não hospedado no hotel. O restaurante terá uma área de 500m2, fora a cozinha e as áreas de apoio e um bar da piscina de 196m²

Um terceiro restante será administrado por um empresa pernambucana do setor. Ele terá acesso direto a partir da portaria do hotel com estacionamento e serviços de segurança com área total de 1.300 m², incluindo cozinha e área de serviço do próprio restaurante.

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Vista do hotel para o Mercado de São José. - FERNANDO CASTILHO

 

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