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Com medo de não receber mercadoria, consumidor do e-commerce exclui Americanas do mercado de compras on-line.

No e-commerce as plataformas Mercado Livre, Amazon Brasil, Shopee e Magazine Luiza já ocupam o espaço das Americanas. S.A.

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Fernando Castilho

Publicado em 20/01/2023 às 15:52 | Atualizado em 20/01/2023 às 15:52
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No clássico filme, Parque dos Dinossauros (Jurassic Park), dirigido por Steven Spielberg uma cena ficou marcada quando a paleobotânica, Dra. Ellie Sattler (Laura Dern) responde ao seu orientador professor Alan Grant (Sam Neilli), assustado com a reprodução dos ovos de dinossauros sem a presença de machos com uma frase simples: a natureza encontrou um caminho.

A frase serve para mostrar como, em apenas uma semana, o extraordinário mercado de e-commerce que a Americanas S.A. possuía - estimado em quase 140 milhões de acesos/mês com sua marca e mais as das suas controladas Submarino e Shoptime - migrou para os concorrentes devendo, segundo analistas, ser rapidamente fatiado com o Mercado Livre, Amazon Brasil, Shopee e Magazine Luiza, independentemente, do sucesso ou fracasso do processo de Recuperação Judicial que a companhia deu entrada nesta quinta-feira.

Na vida real do e-commerce, as notícias sobre a Americanas S.A., sua briga dos bancos com seus acionistas e a falta de um compromisso firme dos principais acionistas da empresa sobre o futuro da companhia praticamente inviabilizaram a permanência dos três sites no mercado de comercio eletrônico.

Num comportamento natural, o consumidor deixou que confiar na capacidade da entrega de suas compras por entender aumentando o risco de ter seu dinheiro retido pela operadora de cartão de crédito não ser devolvido se ele cancelar a compra.

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Ecommerce das Lojas Americanas sofre com a Recuperção Judicial - DIVULGAÇÃO

É um efeito previsível e clássico nas compras via internet. Assim como eles preferem uma plataforma que o surpreende com entregas mesmo no final de semana, eles deixam de comprar numa outra empresa que atrasa a entrega.

A questão da entrega (em cada vez menor espaço de tempo entre da compra) se tornou o grande embate entre Mercado Livre, Amazon Brasil, Shopee e Magazine Luiza todos buscando entregar antes.
Sites como Marcado Livre decidiram ter frotas próprias além de parceiros. O Amazon optou por CDs cada vez mais próximas dos mercados. Já o Magalu e Casas Bahia apostam no resgate da mercadoria nas lojas em poucas horas.

A Americanas S.A. está no e-commerce com as marcas Americanas, Submarino e Shoptime, Eles fazem parte de uma companhia que sob o nome Americanas S.A. que inclui aHortifruti Natural da Terra (HNT), maior rede varejista especializada em fruta e a Vem Conveniência, joint-venture entre a Vibra e a Americanas, ambas com participações de 50% e ainda Grupo Uni.co atua em varejo especializado de franquias no Brasil e é dono das marcas Puket, Imaginarium, MindD e Lovebrands. Mas as pessoas sempre acreditam compram da americanas.com.

Então, quando a empresa entra numa crise como a que ela está envolvida o primeiro ponto de venda atingido é o e-commerce. E foi isso que aconteceu. A plataforma Submarina que nasceu com a empresa B2W também será atingida.

Claro que se a empresa demonstrar segurança e cumprir seus compromissos não apenas os clientes, mas os lojistas poderão voltar a ser parceiros, mas num primeiro momento o que deve acontecer é que apenas as operações físicas das lojas num total de 1,071 lojas no formato tradicional e mais 783 no formato Express.

E isso deve acontecer até mesmo com a AME, a plataforma financeira das Americanas S.A., surgiu com o propósito de democratizar o acesso a serviços financeiros e com o objetivo de monetizar o ecossistema, de forma a ter uma participação relevante nos resultados da Americanas S.A. e que virou um ponto de confronto entre os bancos e a companhia.

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