Governo insiste em demonizar Petrobras que lhe ajuda até na hora de reonerar imposto federal
O discurso contra a paridade está ficando sem muito sentido porque a tendência é de os preços do barril do petróleo baixar, mas virou dogma do PT mesmoquandoel abaixa os preços..
O Brasil é, certamente, um dos únicos países do mundo onde o governo quer trocar um sistema de reajuste de preços que está lhe ajudando desde a posse, mantendo os preços da gasolina e do diesel a praticamente nos mesmos patamares desde o primeiro dia de governo, por uma proposta que até agora ninguém sabe exatamente o que é, mas que foi promessa de campanha em 2022.
É uma situação bem curiosa. Graças à manutenção dos preços internacionais - onde valor do barril nesta terça-feira (28) em US$ 81,64 está muito próximo de 3 de janeiro (US 82,05) - a Petrobras praticou até hoje o preço de R$ 3,31 para a gasolina que é quase o mesmo de 6 de janeiro (R$3,26) quando anunciou uma redução para R$ 3,08 que subiu para os atuais R$ 3,31. Ou seja, graças à política de PPI a Petrobras pode baixar os preços e quando o reajustou e ficou muito próximo ao de 60 dias atrás.
E é a mesma que permite a empresa baixar (como baixou hoje) os preços do diesel e da gasolina (como fará, a partir de amanhã 01/03), quando o preço médio de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras cair de R$ 3,31 para R$ 3,18 por litro. Ou uma redução de R$ 0,13 por litro. E a mesma que permitiu ao diesel cair de R$ 4,10 para R$ 4,02 por litro, numa redução de R$ 0,08 por litro. Não tem mágica. É o preço estável do petróleo no mundo que permite ela baixar os preços dos combustíveis no Brasil.
Isso é o que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamou de “colchão” que pode ser a contribuição da estatal para ajudar a conter o preço da gasolina, em meio às discussões sobre a reoneração dos combustíveis. Pode não, já é a contribuição da empresa no processo de ajustes de arrecadação do governo Lula.
E essa realidade não tem nada a ver com o quadro de janeiro de 2022 quando o barril do petróleo cravou US$ 100 depois de na pandemia ter caído a US$ 41, em janeiro de 2020.
O que o PT e o governo Lula insistem em não entender é que desde janeiro de 2022 o preço do petróleo vem caindo de forma que um ano depois - quando tomou posse – o novo governo não vive mais o clima que, por exemplo, viveu Jair Bolsonaro e que o elevou a cortar os impostos estaduais.
O discurso contra a paridade está ficando sem muito sentido porque a tendência é de os preços do barril do petróleo baixar. Ou, como se viu há dois meses, ele está se mantendo na faixa dos US% 81. E queira ou não foi essa cotação que permitiu a Petrobras manter os preços menores. Ou quase R$ 1,50 mais baixo que no mesmo período em 2022 no pico da alta.
O problema é que por se agarrar à promessa de campanha o governo insiste em mudar a PPI. É um equivoco, depois da crise de 2022, a PPI está ajudando o consumidor a manter os preços equilibrados. Mas o PT insiste em mudar embora não saiba muito bem como fazer.
O governo sabe que precisa voltar a cobrar PIS, Cofins e CIDE logo sob pena de perder R$ 30 bilhões. Não está em condições de abrir mão de R$ 1, mas o PT afirma que uma reoneração só depois de mudara PPI.
Ora, mudar a PPI só por mudar é um enorme equivoco. O preço do petróleo não vai explodir como após a crise do coronavírus. Aliás, ele não explodiu nem com a guerra da Rússia com a Ucrânia.
Mas o governo transformou isso num dogma e aumenta o preço da gasolina num percentual maior que o etanol com um discurso de que o etanol é um combustível verde. Ou seja, aumenta o preço da gasolina porque vem de petróleo com a desculpa de que está reduzindo o preço do etanol porque ele é verde. Só que não tem etanol com preço igual ao da gasolina.
Entretanto, o que importa é a narrativa. E a idéia de que o Brasil pode revogar algumas leis internacionais da economia.
Em qualquer lugar do mundo uma empresa que entrega o que a Petrobras entrega ao governo é motivo de comemoração. Mas no Brasil é motivo de nojo do que governo que considera seus lucros exorbitantes.
Mas que se apropria deles inegralmente.