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Plano contra Sérgio Moro e autoridades revela que PCC evoluiu para novo estágio no mundo do crime

Investigações reveladas pelas equipes da Polícia Federal desenvolvidas em vários estados mostra que ao contrário de suas concorrentes, a facção PCC já se sente suficientemente forte para buscar novos desafios

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Fernando Castilho

Publicado em 23/03/2023 às 15:40 | Atualizado em 23/03/2023 às 15:51
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No filme Jurassic Park, a jovem paleobotânica, Dra. Ellie Sattler (Laura Dern) choca o respeitado professor Ian Malcolm (Jeff Goldblum), um matemático que se especializou no ramo da matemática conhecido como "Chaos Theory", ao dizer que na ilha fictícia "Isla Nublar" na Costa Rica, os dinossauros haviam encontrado uma maneira de se reproduzir mesmo sem terem cruzado exemplares da espécie. “A natureza encontrou um caminho”, sentencia ela.

Como na franquia Parque dos Dinossauros, parece claro que o PCC evoluiu - mesmo estando na prisão - de modo que ao “encontrar um caminho“ para seus negócios decidiu enfrentar o Estado brasileiro programando assassinar agentes públicos inclusive um que se tornara senador da República.

O resultado das primeiras investigações reveladas pelas equipes da Polícia Federal desenvolvidas em vários estados mostra que ao contrário de suas concorrentes a facção PCC já se sente suficientemente solida. E vai um pouco além da conclusão do prsidente Lula que "acha" que é mais uma armação do Moro. Quero ser cauteloso, é visível que é uma armação do Moro. 

O presidnete parece deconhcer que o PCC se sente tão forte que decidiu planejar e orçar os custos de uma operação como a que foi descoberta onde um dos objetivos era seqüestrar agentes públicos ou assassiná-los, naturalmente, cotando também os custos negativos que uma operação nesse nível provocaria pelo governo brasileiro, através da Polícia Federal e todo o aparelho estatal contra a facção.

 

Foto: Wesley Justino/EPTV
Prisão de suspeitos na ameaça a Sérgio Moro - Foto: Wesley Justino/EPTV

O que chama atenção não a falha de segurança das informações do investimento (é assim que o grupo tratava a operação), mas a sua concepção e desenvolvimento. Não é crível aceitar que a facção não dimensionasse exatamente os custos para a organização da repressão da polícia, inclusive os econômicos, nos seus negócios de produção e distribuição de grandes lotes de drogas no Brasil.

Pode-se inferir que a operação até pelo custo e sofisticação visava se mostrar dentro do mundo do crime como detentora de uma capacidade de gestão que lhe permitia enfrentar o próprio aparelho estatal brasileiro. Mas também se pode entender que ela poderia ser um teste de até que ponto esse tipo de ação teria de sucesso o que abriria uma nova perspectiva de atuação.

Claro que é importante não esquecer que apesar de todo o parque de equipamentos e estrutura que a Policia Federal possui, além da experiência de seus quadros, o modelo de gestão de informação sobre o crime de trafego no Brasil. Mas ele ainda não está agrupado num banco de dados único que permita a que a repressão se dê a partir da capilaridade dos estados na ponta.

No Brasil, secretarias de Segurança Pública e as Polícias Militares nunca conseguiram ter uma base de dados que seja carregada em tempo real pelas policias de todos os estados resistindo ao compartilhamento de dados de modo a ter uma visão nacional do que o negócio crime representa hoje no Brasil.

É uma situação curiosa para um país que dispõe de uma colossal interconexão de dados e recursos de inteligência artificial que já está presente nas relações comerciais, financeiras, eleitorais e científicas . Elas já são capazes de prevê riscos ambientais e de oferta de crédito, mas entre as polciias simplesmente não temos uma conversa digital com os diversos níveis de polícia judiciária e carcerária.

Esse é um desafio do governo. Como já têm falado profissionais do setor. De certa forma essa falta de colaboração de atuação funciona como se a atuação dos criminosos fosse limitada pela divisas dos estados. Ou que nas fronteiras a atuação não se desse em terra dos países visinhos ao Brasil. A despeito que a Internet ser hoje uma ferramnta de crimes digitais para essas facções.

Isso pode explicar situações como o modelo de negócios que cresceu no Rio de Janeiro com as milícias que atuam em paralelo ao trafico embora já existam sinais de que em algumas áreas as atividades já se dêem em regime de consórcio ou de “incorporação” do trafico pelo negócio da milícia.

Como se sabe o PCC foi fundado em 1993, portanto, há 30 anos dentro da Casa de Custódia de Taubaté, considerada a prisão mais segura do estado e logo se expandiu pelo modelo de negócios que passou a operar nas demais prisões.

Ao longo dos anos, foi a atuação da facção que levou ao governo brasileiro criar suas primeiras prisões federais nos padrões americanos de modo a encarcerar seus dirigentes embora não se possa que tenho conseguido tal objetivo.

Reprodução TV
Ministro Fávio Dino Operção Sérgio Moro - Reprodução TV

O plano descoberto impõe ao governo um desafio que vai muito além de apenas identificar, prender, indicar e processar os responsáveis. Exige uma nova abordagem sobre quais são, de fato, os novos objetivos de organizações sobre essa cujos negócios já se tornaram internacionais como foram verticalizados do financiamento dos produtores rurais que fornecem matéria prima, processamento de pasta, distribuição internacional e revenda no atacado no Brasil. 

O combate a isso exigirá investimento pesado e novas abordagens diante do fato novo desse "investimento" do PCC com seus novos alvos. Mostra que ele "evoluiu e encontrou um caminho" para tentar se tornar uma marca de classe mundial no mundo do crime. A posta de atacar o aparelho estatal com um projeto dessa magnitude não pode ficar restrita à idéia de uma vingança pessoal das lideranças da facção.

Até porque no negócio do crime a Polícia é o risco. Coisa que qualquer criminoso dimensiona muito bem. Até quando faz o assalto para tomar um celular numa rua deserta.

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