CONSIGNADO - Brasileiros já tomaram R$ 600 bilhões; Servidores são os que mais devem aos bancos
O mercado de crédito consignado se transformou numa linha de crédito importante. Em fevereiro, os brasileiros já tomaram mais de R$ 600 bilhões (R$ 602,48 bilhões).
A suspensão, por duas semanas, dos empréstimos no crédito consignado deixou de movimentar um mercado de, aproximadamente, R$ 4 bilhões em novas concessões que, por mês, movimenta em media R$ 7,81 bilhões tomando-se a media dos últimos 12 meses.
Os bancos voltaram a oferecer o empréstimo consignado a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) após a decisão do governo Lula de aumentar para 1,97% o limite da taxa depois que o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) fixou também nova taxa e ainda fixou em 2,89% o limite para o empréstimo no cartão de crédito no consignado.
Segundo as entidades dos banqueiros, a decisão quanto ao restabelecimento da oferta de crédito caberá a cada instituição financeira, levando em conta os novos tetos estabelecidos. Mas na manhã desta quarta-feira, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa anunciaram que vão voltar a ofertar a modalidade aos clientes com o novo patamar de juros.
A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) avalia como importante o ajuste no teto de juros cobrado nos empréstimos consignados e nas operações do cartão consignado a beneficiários do INSS, promovido pelo Conselho Nacional da Previdência Social.
A entidade afirma que as novas tacas é o resultado dos esforços conjuntos entre as autoridades públicas e do sistema financeiro, a elevação da taxa de 1,70% a.m. para 1,97% a.m nos empréstimos e de 2,62% a.m. para 2,89% a.m no cartão consignado levou em conta a estrutura de custos dos serviços. Entretanto, na reunião do Conselho Nacional da Previdência Social os banqueiros se abstiveram de votar.
O mercado de crédito consignado se transformou numa linha de crédito importante. Segundo Banco Central, no seu relatório de Estatísticas Monetárias e de Crédito, de fevereiro, os brasileiros já tomaram mais de R$ 600 bilhões (R$ 602,48 bilhões).
Segundo o relatório do BC, os servidores tomaram até hoje R$ 327,82 bilhões sendo responsável por 54,41% do total concedido mesmo não chegando a um quarto do total de tomadores. Os aposentados do INSS tomaram R$ 233,10 bilhões (38,69%) até fevereiro. Os trabalhadores do setor privado completam o grupo com apenas R$ 41,55 bilhões (6,90%).
O crédito consignado também foi uma das modalidades que viu subir suas taxas nos últimos dois anos contados a partir da pandemia. Em dois anos o volume contratado saiu de R$ 451,41 bilhões para R$ 602,48 bilhões.
Em março de 2021 as taxas do consignando para aposentados eram de 21,2% para os segurados do INSS e de apenas 16,3% para os servidores públicos o que fez explodir o volume de credito contratado para o segmento chegando do R$ 257,93 bilhões até chegar aos R$ 327,82 bilhões contratados.
O mesmo fenômeno aconteceu com os segurados do INSS que passaram em 24 meses (março2021/fevereiro2023) passando de R$ R$ 169,27 bilhões para os atuais R$ 233,10 bilhões.